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Garçom escreve “preto” em comanda para identificar cliente negro no DF

A vítima prestou queixa de injúria racial no dia seguinte do acontecido

Foto: ReproduçãoGarçom escreve “preto” em comanda para identificar cliente negro no DF
Garçom escreve “preto” em comanda para identificar cliente negro no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga denúncia de racismo em uma churrascaria tradicional do DF. A suposta discriminação teria ocorrido na última quinta-feira (6/4). O servidor público Gilberto Martins, 46 anos, foi ao restaurante para uma confraternização do trabalho, e lá, um dos funcionários do estabelecimento escreveu “Preto” em sua comanda para identificá-lo.

A vítima não quis revelar o nome do empreendimento, mas a reportagem do Metrópoles apurou que o fato ocorreu na churrascaria Fogo de Chão, no Setor Hoteleiro Sul.

Gilberto contou que tudo corria bem, até o momento em que viu a anotação na comanda escrita à mão por um funcionário. “Eu chamei o garçom e ele ficou muito nervoso. Disse que não sabia quem tinha escrito aquilo, mas achava que tinha sido uma referência à minha camisa, mas a minha blusa era cinza. E se fosse realmente uma referência à ela, não deveria estar escrito com a palavra no feminino? Por que não estava escrito a cor da camisa na comanda de mais ninguém?”, questionou.

Para não criar uma situação desagradável entre os amigos, Gilberto disse ter fingido aceitar a explicação, mas assim que chegou em casa, percebeu que não devia ter se calado. “Isso me entristeceu profundamente e eu cheguei em casa chorando. Tenho um casal de filhos, ambos negros, e pensei muito no mundo que estamos deixando para eles”, desabou.

Um dia após sofrer a injúria racial, o servidor foi até a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e registrou uma ocorrência policial.

O que diz o restaurante

Procurada, a churrascaria Fogo de Chão informou que a empresa “tem uma política rígida e que repudia veementemente todo e qualquer ato discriminatório”. O estabelecimento também garantiu que “medidas internas e externas cabíveis ao caso já foram providenciadas, tal como o reforço do programa de treinamento oferecido aos colaboradores da rede”.

A empresa, ainda, disse que toda a história do Fogo de Chão é pautada “pelo fomento da diversidade, respeito aos direitos humanos e incentivo ao desenvolvimento das pessoas”, e, por isso, lamenta profundamente que um de seus clientes tenha se sentido ofendido.

Com informações do Metrópoles

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