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Frigorífico de MG obriga funcionários a vestirem camiseta de Bolsonaro

Empresa promove conversa sobre 2º turno e promete doar um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de votação

Foto: ReproduçãoFuncionários são pressionados a usarem camiseta de Bolsonaro
Funcionários são pressionados a usarem camiseta de Bolsonaro

Forum - A direção de um frigorífico de Betim, em Minas Gerais, obrigou seus funcionários a vestirem uma camiseta verde e amarela com o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e o número de Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, promoveu uma conversa sobre o segundo turno das eleições, durante o horário de almoço dos trabalhadores, e prometeu doar um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de votação, caso o presidente seja reeleito, segundo denúncia de um funcionário que não quis se identificar.

O caso ocorreu nas empresas Serradão e Frigobet, que são do mesmo grupo. A conversa com os funcionários teve a participação do deputado federal bolsonarista Mauro Lopes (PP-MG), de acordo com reportagem de Thaísa Oliveira, na Folha de S.Paulo.

Em vídeos obtidos pela reportagem, um homem aparece falando fake news sobre o fechamento de igrejas, caso o ex-presidente Lula (PT) vença, ao som do Hino Nacional ao fundo, e uma pessoa afirma que “mataram” os prefeitos de Santo André (SP) e Campinas (SP), porque “brigam entre eles”.

A referência é sobre as mortes dos ex-prefeitos Celso Daniel (PT) e Antônio da Costa Santos (PT), o Toninho do PT, mencionados com frequência por bolsonaristas. As investigações provaram que não houve participação de nenhum integrante do partido nos crimes.

“Tinha 2 mil pessoas lá. O dono do frigorífico colocou 2 mil camisas e convocou todo mundo. Foi uma beleza o movimento. São 81 frigoríficos no Sudeste, estão todos apoiando o Bolsonaro. Pedindo voto. Nós estamos em plena eleição”, declarou Mauro Lopes.

O proprietário do frigorífico é o produtor rural e empresário Silvio Silveira, presidente da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig).

Existem indícios de ilegalidades na ação da empresa

No caso, há indícios de, pelo menos, duas ilegalidades na ação da empresa: propaganda eleitoral e coação.

O Ministério Público do Trabalho recebeu, em 2022, recorde de denúncias de assédio eleitoral. As ocorrências aumentaram significativamente depois do primeiro turno. Até esta sexta-feira (21), foram recebidas 1.112 denúncias em todo o país, sendo 295 em Minas Gerais, líder do ranking.

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