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Freiras de Fortaleza bombam no Instagram

Perfil das freiras do Instituto Filhos da Misericórdia, em Fortaleza, tem mais de 180 mil seguidores

Foto: Montagem pensarpiauiFreiras
Freiras

 

Metrópoles - As freiras, independentemente de qual comunidade forem, são vistas de um lado para o outro sempre debaixo de um hábito. Pouco se sabe sobre a vida que a vestimenta religiosa esconde — realidade muitas vezes reclusa. Não à toa, esse universo desperta tanta curiosidade.

Quando e como decidiu ser freira? É uma vontade que existe desde a infância? Freiras podem ter momentos de lazer? Elas rezam o dia todo? Para dormir, tiram o hábito? Toda Madre velha é ranzinza? Para responder esses e outros questionamentos, as irmãs de um instituto em Fortaleza decidiram recorrer às redes sociais — mais precisamente, à caixinha de perguntas do Instagram.

Inicialmente, as Irmãs Filhas da Misericórdia criaram um perfil para divulgar a vocação e o carisma da comunidade. O material, contudo, passou a ficar cada vez mais espontâneo e aberto à interação com o público diante da rotina cheia de atividades. Mesmo com o teor religioso, algumas publicações chamam a atenção pelo tom humorístico e, principalmente, descontraído.

“Normalmente, são perguntas bem básicas, não tem nada aprofundado. Perguntam se a gente usa o hábito o tempo todo, se temos férias, se visitamos a família. Além de curiosidades particulares sobre como foi o chamado de cada uma, como cada uma resolveu se tornar freira. Os testemunhos geram muita curiosidade”, detalha a Madre Elizabete, responsável pelo perfil.

As Irmãs Filhas da Misericórdia correspondem ao braço feminino do Instituto Filhos da Misericórdia de Jesus Salvador, na capital cearense. A instituição foi fundada por João Mariano há 16 anos.

“Em 2018, criamos a conta para divulgar a vocação, o vocacional, expandir o nosso carisma e fazer com que a mensagem da misericórdia chegasse a mais pessoas, porque a internet tem esse poder”, relembra a Madre. Atualmente, mais de 180 mil pessoas de todo o país seguem o trabalho das irmãs.

Para ela, as redes sociais também são um canal de evangelização. “Elas fazem com que as pessoas consigam se aproximar mais do que é uma vida toda entregue a Deus. Não é aquela imagem passada pelas mídias, pelas novelas, aquela imagem carrancuda, de tristeza e sofrimento somente, sem prazeres”, afirma.

“É uma vida comum, de trabalho, de oração, de estudo e, acima de tudo, de entrega a Deus, de paz por não estar em meio a tantas coisas no mundo que tiram a paz do coração. Isso desperta nas pessoas um novo olhar sobre a vida cristã”, acrescenta.

Madre Elizabete detalha que ela mesma faz uma espécie de filtro das perguntas e dos conteúdos para evitar outras interpretações ou qualquer desconforto para as irmãs e para os seguidores.

Entre tantos posts, likes, comentários, publis e patrocinados, o conteúdo das Irmãs Filhas da Misericórdia é um ponto fora da curva nas redes.

“Existem muitas coisas boas na internet, mas, normalmente, se aponta para aquilo que é passageiro, terreno e gera, muitas vezes, no coração das pessoas que estão assistindo um desejo de consumismo, de querer aquele status. Nós não apresentamos nada disso, buscamos apresentar aquilo que é eterno, que dar toda a vida a Deus é algo que traz uma recompensa que não passa, de vida eterna. Também buscamos trazer maneiras de viver melhor essa vida, de encontrar o caminho que Deus quer de nós, de sermos melhores”, explica.

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