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Firmino e Bolsonaro, irmanados nas explicações fakes

O prefeito, tal qual o presidente, não se explica, bota a culpa em outros

Foto: Montagem: pensarpiauiSó se esquivando das responsabilidades
Só se esquivando das responsabilidades


Assim como o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), fez ao justificar a elevação do preço da passagem de ônibus nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também atribui aos governadores estaduais o preço alto dos combustíveis. Ambos usaram o mesmo discurso: devido à cobrança do ICMS. 

Bolsonaro e Firmino só esqueceram de lembrar que a alta no preço dos combustíveis decorre da política implantada pelo PSDB de Pedro Parente, que presidiu a Petrobras durante o governo de Michel Temer, após o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff em 2016, e que alinha os preços com o dólar e o valor do barril.

Quadro orgânico do PSDB, Pedro Parente foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (amigo de Firmino) com a missão de privatizar a maior empresa pública do País, vendendo-a em partes. No governo de Temer, anunciou uma “nova” política de preços com reajustes mensais. Em resumo, conforme editorial da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 deve chegar a 82% do total importado pelo Brasil.

“Ganharam os produtores norte-americanos, os “traders” multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobras, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação”, obvservam.

Nesta terça-feira, dos 27 governadores, 23 assinaram nota conjunta sugerindo que, em vez do ICMS, Bolsonaro cortasse tributos federais que incidem sobre os combustíveis. Os governadores estaduais consideraram um ataque institucional as declarações de Bolsonaro culpando-os pelo preço dos combustíveis, conforme nota publicada na coluna Painel da Folha. 

 

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