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Fiocruz alerta: festas de fim de ano devem agravar pandemia no país

A tendência é de haver uma aceleração nos casos de Covid-19 com a maior circulação de pessoas com festas e férias

Foto: Bem ParanáA pandemia não acabou
A pandemia não acabou

O estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na última quarta-feira (9) alerta: o aumento da circulação das pessoas com as festas de final de ano e férias deve agravar a pandemia do novo coronavírus no país. Isso porque a tendência é de haver uma aceleração nos casos de Covid-19 com essa maior circulação de pessoas.

E esse agravamento traz a reboque a possibilidade real, como classificada pelos pesquisadores da entidade, de colapso no atendimento dos novos casos da doença.“A circulação das pessoas no período de festas de fim de ano e férias deve acelerar a disseminação do vírus, que já circula com bastante velocidade e volta a ocupar os leitos hospitalares. A movimentação das pessoas tende a aumentar a necessidade de atendimento por outros agravos de saúde como os acidentes de trânsito, por exemplo”, diz a instituição.

O alerta foi dado na nota técnica: “O fim do ciclo de interiorização, a sincronização da epidemia e as dificuldades de atendimento nos hospitais”.

Os pesquisadores dizem que, no fim do ano, a maior movimentação de pessoas “sem cuidados devidamente adequados e sem manutenção do isolamento social” deve agravar o quadro de atendimento. O estudo descreve os complicadores desse cenário, que vêm todos juntos: “desmobilização de leitos extras dos hospitais de campanha; a ocupação de leitos por outros problemas de saúde que ficaram represados durante o avanço da epidemia de Covid-19; a maior circulação de pessoas; as dificuldades de identificação de casos e seus contatos devido à baixa testagem; e o relaxamento dos cuidados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene”.

Como diz o nome do estudo, ele mostra que, neste momento há uma alta no total de casos no interior. Diferentemente do início da pandemia, quando havia maior concentração nas grandes cidades e regiões metropolitanas, agora a distribuição de casos está mais “sincronizadas” em todas as áreas do país. Com o agravante de que, muitas vezes, as redes hospitalares dessas regiões mais afastadas dos grandes centros não são tão numerosas e preparadas.

Reduzir a circulação

Diante do quadro analisado, os pesquisadores fazem uma recomendação para tentar evitar esse cenário de colapso.“A redução do fluxo de pessoas entre municípios (comum nos períodos de fim de ano) e o distanciamento social intramunicipal são as ferramentas mais eficazes no momento para evitar que se repita o cenário mais crítico pelo qual já passamos”.

Eles terminam o relatório dizendo que esse foi um ano extremamente difícil para todos. E alertam:“As festas de fim de ano podem, ao invés de trazer algum conforto emocional, tornar ainda mais difícil o fim desse ano e o início de 2021”.

Por isso, os pesquisadores recomendam fortemente que não sejam realizadas festas com aglomerações de pessoas.

“Caso ocorram, devem conter um número mínimo de pessoas, o auto isolamento deve ser realizado, tanto antes, quanto depois do retorno de viagens”. Ainda destacam que tais reuniões devem ocorrer em locais preferencialmente abertos e/ou ventilados, sempre que possível manter o distanciamento físico, o uso de máscaras e álcool gel.“Os cuidados quanto aos deslocamentos devem ser redobrados, já que com a ocupação dos leitos para tratamento de Covid-19, outros agravos de saúde podem não dispor de atendimento em UTI”, finalizam.

Com a palavra de especialistas, vale a pena repensar a programação de fim de ano.

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