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Filhos de deputada Flordelis são presos

Apenas a deputada não foi alvo de mandado de prisão porque tem imunidade parlamentar

Foto: Tv FocoFlordelis (PSD-RJ)
Flordelis (PSD-RJ)

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro realizaram operação para cumprir nove mandados de prisão e outros de busca e apreensão contra denunciados pela morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ).

As investigações apontam a parlamentar como mentora do crime. Segundo o Ministério Público do Rio, o motivo “seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família”. O casal tinha 55 filhos, mas apenas quatro biológicos.

Flordelis é acusada de tramar o assassinato, reunir e convencer todos os envolvidos a participarem com simulação de latrocínio (assalto seguido de morte). A deputada também teria financiado a compra da arma e avisado da chegada de Anderson em casa no dia do crime. Mas não foi alvo de mandado de prisão porque tem imunidade parlamentar.

O MP pediu à Justiça o afastamento dela do cargo público, entre outras medidas cautelares, como o comparecimento mensal à Justiça.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos acusados em Niterói (RJ), São Gonçalo (SP), Rio de Janeiro e Brasília, todos expedidos pela 3ª Vara Criminal de Niterói. Foram alvos dos mandados de prisão preventiva Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa. Entre eles, seis são filhos de Flordelis e uma é neta.

Em Brasília, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no apartamento funcional da deputada, com a prisão de Rayane dos Santos Oliveira, filha de Flordelis.

"As ações dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas, como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídio anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações”, informou o Ministério Público.

O crime

O pastor Anderson do Carmo foi assassinato em 16 de junho do ano passado, na casa onde morava com a deputada e parte dos 55 filhos, em Niterói. Dois dias depois, policiais acharam a arma usada no crime enrolada num pano dentro de um armário na casa da família e também um edredom com manchas de sangue e restos de fogueira com objetos queimados. Dois dos filhos do casal, Lucas de Souza e Flávio Rodrigues, já estavam presos pelo assassinato. Flordelis e outros denunciados também são acusados do crime de uso de documento falso, por tentar, com carta redigida por Lucas, atribuir a pessoas diversas a autoria e a ordem do homicídio.

"Segundo a denúncia, o executor, Flávio, tinha o objetivo de livrar ele próprio e Flordelis da responsabilização do crime. Flordelis também tinha o objetivo de vingar-se de dois de seus filhos 'afetivos', que não teriam aceitado as ordens de se calar ou faltar à verdade durante os depoimentos", segundo o MP.

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