Pensar Piauí

Exército é o único vendedor de bombas utilizadas por garimpeiros para atacar indígenas

Não se sabe até o momento se alguma investigação está em andamento para apurar acesso aos artefatos restritos

Foto: Brasil de FatoGarimpeiros no rio Uraricoera, em Roraima
Garimpeiros no rio Uraricoera, em Roraima

Brasil de Fato - Indígenas de quatro comunidades Yanomami na região do Palimiu, em Roraima, foram atacados por garimpeiros entre maio e junho. Os invasores chegam sempre por barco atirando contra a comunidade e utilizando bombas de gás lacrimogêneo para desorientar os indígenas.

A situação, já grave em sua essência, fica ainda pior quando se tenta mapear de onde partem esses ataques. Os 20 mil garimpeiros que ocupam hoje a Terra Indígena Yanomami têm livre acesso às comunidades já que o governo federal não emprega efetivo para garantir a segurança dos indígenas. 

Segundo o próprio Comando Militar de Área do Exército do Brasil, “os agentes lacrimogêneos e os seus dispositivos de lançamento são produtos controlados de uso restrito cuja aquisição somente pode ser realizada com autorização do Exército, por meio do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC), conforme Decreto 10.030/2019”. 

De acordo com este decreto, somente órgãos públicos podem adquirir produtos controlados de uso restrito, ou seja, somente as Forças Armadas e de segurança pública (Polícia Militar, Civil e Federal) podem utilizar as bombas de gás lacrimogêneo.

Questionado sobre como as bombas chegaram às mãos dos garimpeiros ilegais, o Exército Brasileiro informou apenas que “os fatos ocorridos na Comunidade Indígena do Palimiu estão sob investigação da Polícia Federal”. 

O Brasil de Fato tentou ouvir a Polícia Federal por 21 dias, mas os questionamentos sobre a existência de uma investigação sobre o desvio de produtos controlados de uso restrito não foram respondidos.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS