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Exame da OAB: Por que é tão difícil passar? Veja dicas de especialistas

Exame da OAB: Por que é tão difícil passar? Veja dicas de especialistas

Todos os anos, milhares de bacharéis em Direito tentam habilitação para advogar: é o exame da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – já famoso por seu alto índice de reprovações. Nos últimos anos, o percentual de aprovações vem despencando. Há quem julgue ser o alto nível de dificuldade das questões, mas tem também quem aposte na falta de preparo dos candidatos. Este ano acontecem as provas do XXII, XIII e XXIV Exame de Ordem Unificado, segundo calendário divulgado pela OAB. Enquanto alguns já passaram pela primeira fase (são 80 questões em uma prova objetiva), outros treinam e se preparam para a prova prático-profissional, onde os bacharéis precisam escrever uma peça sobre a área jurídica que optaram no ato da inscrição, além de responder a quatro questões discursivas – para muitos candidatos, esta é a etapa mais temida. Naiara Moraes, diretora da Escola Superior de Advocacia da OAB – Piauí enxerga o exame como a garantia de profissionais preparados para o exercício da profissão. “É extremamente importante para a nossa classe”, afirma. “Ele garante a seleção de um profissional que detenha conhecimentos éticos e que consiga se direcionar para solucionar as demandas existentes em todas as áreas do direito”, observa a professora. Com 10 anos de profissão, foi aprovada no exame em 2006, e de lá para cá já até integrou a comissão que elabora a prova, hoje, sob a responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas. A prova é unificada para todo o Brasil e as aplicações são coordenadas e supervisionadas pela OAB. Para a professora, uma das maiores dificuldades daqueles que vão se submeter ao exame é resolver uma grande quantidade de questões em um tempo determinado. Para ela, de um modo geral, há dificuldade entre os alunos formandos ou recém-formados (é possível fazer o exame já no 9º período do curso) para resolver questões objetivas. “Por isso é tão comum ouvirmos de alunos ‘Eu sabia aquele assunto, mas não consegui entender o que a questão disse,’”, exemplifica. A leitura e compreensão de questões acabam sendo grandes obstáculos para os candidatos. Além disso, pesa na lista de dificuldades o fator emocional. “Com certeza isso é um fator crucial”, diz Naiara. “Para conseguir obter êxito, o candidato não tem só que dominar um determinado conteúdo ou ter feito uma revisão total, porque se ele tiver nervoso, se não conseguir afastar aquela atmosfera de ansiedade, de medo, de cobranças sociais, individuais, até a leitura e a compreensão das questões vão ficar prejudicadas”, indica a professora. O professor Ennio Cavalcante, que ministra a disciplina de Ética e Estatuto da OAB no curso preparatório do CEV, acredita que um dos maiores desafios dos candidatos é criar uma estratégia de estudos para a prova, uma vez que as questões abrangem conteúdos muito vastos – e entre as estratégias está, inclusive, a escolha da disciplina para a segunda fase. “Você não deve escolher porque todo mundo tá escolhendo, nem porque acha que será a mais fácil”, indica o professor. “Você tem que escolher uma com a qual tenha certa afinidade e mais conhecimento, e separá-la como disciplina alvo”, indica. Aprovado em 2010, três meses após concluir a graduação, Ennio avalia que a prova vem aumentando o nível de dificuldade e está cada vez mais rigorosa com relação ao conhecimento de jurisprudência. “O aluno que fez um estágio, ou teve contato mais próximo com as disciplinas processuais, normalmente não tem dificuldade nenhuma na segunda fase, ao passo que alunos que tiveram uma formação mais teórica e não mexeram tanto com processo tem um pouco mais de dificuldade nesta etapa”, observa. Allyson Magalhães vai tentar a prova pela terceira vez, e, este ano, procurou o auxílio do CEV e seu curso intensivo focado em questões. Para o profissional de T.I, formado em direito, a maior dificuldade está em administrar a quantidade de conteúdo. “Estudo todas as noites, em média umas três horas, e acho que treinar as questões pode ser o diferencial, além, é claro, das dicas da equipe de professores”, acredita o candidato.Não temer a prova A professora e doutora Naiara Moraes acredita que, no geral, os candidatos enfrentam dificuldades parecidas: a quantidade de questões, falta de habilidade para cronometrar o tempo e a pressão social pela aprovação que já se inicia na reta final do curso. “É um momento de muito medo, de angústia, e se isso não for afastado pode atrapalhar na realização da prova”, aconselha. Para ela, a dica é não temer a prova . “O aluno deve compreender que o exame da ordem não é feito só de questões difíceis”, avalia. “A minha dica básica para se preparar bem é fazer uma revisão dos aspectos essenciais de cada disciplina que cairá na prova e se fundamentar principalmente na resolução de questões”, indica a professora. Para o professor Ennio, cada aluno precisa encontrar sua maneira de estudar – uma espécie de busca por um autoconhecimento. Neste processo, o auxílio de especialistas e as dicas de quem conhece a fundo a organizadora são muito bem-vindos. No curso do CEV, cujas aulas iniciam em 29 de abril, o foco será a resolução de questões. Além das aulas com comentários e dicas dos professores, os alunos matriculados terão o auxílio de vídeo-aulas e revisão de véspera. --

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