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Esposo de mulher estuprada por enfermeiro em hospital diz que crime foi planejado

Segundo ele, o enfermeiro deu para a vítima medicamentos que a fizeram adormecer

Foto: Reprodução TV ClubeEntrevista à TV Clube
Entrevista à TV Clube

O esposo da mulher que foi vítima de estupro dentro de um hospital particular em Teresina, relatou em entrevista à TV Clube, o sofrimento que o crime tem causado à família. O homem, que preferiu não ser identificado, disse que acredita que o cunhado da vítima, que trabalhava como enfermeiro na unidade de saúde, premeditou a violência sexual.

"O caso vai completar 30 dias. Não sair do mandado de prisão dele machuca, dói muito mais. Porque isso era para ter acontecido desde as primeiras horas da denúncia", disse.

O suspeito do crime foi afastado de sua função no hospital e solicitou internação no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, em Teresina, alegando "episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos".

A direção do hospital não informou se o homem está realmente internado no local, por respeito ao sigilo dos pacientes.

Crime premeditado

O homem detalhou o relato da esposa sobre a noite do crime. Segundo ele, o enfermeiro deu para a vítima medicamentos que a fizeram adormecer.

"Ela estava sentada, ele chegou e disse: você está cansada. Toma esse comprimido, relaxa, que eu tomo de conta. E ela tomou, inocentemente. Porém, não foi a única droga que ele deu. Minha esposa tem flash onde ele passava algo no rosto dela. Como se fosse um éter, porém não encostava, mas passava alguma coisa no rosto e ela voltava a apagar", contou.

Ele acredita que o enfermeiro agiu para garantir que ficaria sozinho com a vítima no quarto onde o sogro dela estava internado.

"Minha esposa não ia passar a noite lá. Já tínhamos contratado uma pessoa para acompanhar meu pai nessa noite, que era a noite que ele estaria de plantão no hospital. Imediatamente quando soube disso, ele entrou em contato com minha esposa fazendo medo, terrorismo, dizendo que a pessoa que estava lá não era capacitada", relatou.

Após afastar a pessoa que havia sido contratada pela família para passar a noite com o paciente, o enfermeiro, segundo o marido da vítima, teria dito para a enfermeira responsável por administrar medicamentos não entrar no quarto durante a noite.

"Ele foi no centro de enfermagem, encostou na enfermeira, na técnica lá, e disse assim: olha, o velhinho não gosta de ser incomodado. Me dê todos os medicamentos, soros que têm que ser aplicados durante à noite que vou aplicar. Não precisa você ir. E nisso a enfermeira levou os medicamentos, os soros, deixou lá, conforme ele planejou", disse.

O homem contou ainda que o crime causou uma dor profunda na família. A vítima e ele têm tomado medicamentos antidepressivos, para conseguir lidar com o trauma. O casal tem três filhos.

"Estamos destruídos", lamentou.

O crime

Na manhã seguinte ao crime, a mulher acordou no quarto sentindo dores na região íntima. Ela denunciou o caso para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e passou por exames periciais no Instituto Médico Legal (IML) e no Serviço de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (Samvis), que comprovaram o crime.

Segundo a delegada Vilma Alves, coordenadora da Deam Centro, o caso está sendo investigado seguindo os ritos do processo penal.

"Nós estamos seguindo o ritual processual do código de processo penal, e o andamento está no ritmo do que deve ser feito, obedecendo todas as regras do procedimento policial, e tenho certeza que as investigações estão no caminho certo", declarou a delegada.

Com informações TV Clube e G1

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