Pensar Piauí

Enem: haja coração!

Dia 11 o Inep divulga o resultado do Enem 2021

Foto: DivulgaçãoWellington Soares
Wellington Soares

                                                     

Por Wellington Soares, professor

Além do carnaval, fevereiro é o mês de o Inep divulgar o resultado do Enem 2021. Para ser mais exato, será no próximo dia 11. Haja coração, do estudante, até essa data. Dependendo das notas obtidas, nas cinco áreas do conhecimento, ele terá motivo ou não para bebemorar. Antes, vai enfrentar uma via-crúcis das grandes. De sofrimento e noites mal dormidas. Tão penosa, ou mais, quanto a angústia experimentada nas provas. Fala-se da inscrição no Sisu, de 15 a 18 deste mês. O Sisu é o Sistema de Seleção Unificada que leva ao ensino superior. Sobretudo, às universidades públicas, espalhadas pelo país, em razão do caráter nacional do vestibular. Ter calma, confiar no próprio taco e tomar suco de maracujá são coisas mais que aconselháveis neste momento. 

Enquanto a pontuação não chega, o aluno dá uma espiada no termo de adesão da universidade onde pretende estudar. Todas as informações ele vai encontrar lá: cursos e vagas ofertados, turnos disponíveis, nota de corte e, importante observar, os programas de assistência estudantil. Sem esquecer também, sob pena de “dançar”, os documentos exigidos no ato de efetivação da matrícula. Afinal, são apenas seis dias, a contar de 23 a 28 de fevereiro, para o enemzeiro dar conta desse processo. E, como sabemos, não é novidade nenhuma, que o brasileiro deixa tudo pra última hora. Como a concorrência é pesada – 2,1 milhões de candidatos disputando pouco mais de 200 mil vagas –, qualquer descuido é fatal.

Quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio, em novembro passado, acabou sendo beneficiado sem querer. A razão? O número de participantes foi o menor registrado desde 2005. Essa queda resulta, a rigor, de dois fatores. Primeiro, o estrago causado pela pandemia, que afetou tanto o emocional como disseminou o medo na “galera”. Segundo, a desastrosa condução do Enem pelo Ministério da Educação (MEC), cuja gestão autoritária levou servidores a pedirem exoneração do Inep, instituto responsável pela execução do certame. Basta comparar os números: 8,7 milhões de candidatos em 2014, no governo Dilma Rousseff, e 3,1 milhões em 2021, no governo Jair Bolsonaro. Desnecessário dizer que esse contingente enorme de excluídos tem origem em famílias pobres, são pretos e vêm de escola pública. 

Caso seu nome não apareça na chamada regular, a ser divulgada no dia 22/02, o candidato ainda gozará da prerrogativa de se inscrever na lista de espera – de 22 a 28 do presente mês. E o que é melhor, o Inep ainda disponibiliza, conforme sobrem vagas, outras listas de espera. Ao longo do ano, ocorrem várias chamadas no primeiro e no segundo semestres. O estudante só não pode é abrir mão, depois de ter ralado tanto, do sonho de um futuro promissor. Sem falar também das oportunidades abertas com o Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que dão acesso a faculdades privadas. Até a confirmação da matrícula, recomenda-se cantarolar, no espírito festivo do carnaval, a velha marchinha do Pinduca: “Alô papai, alô mamãe/ Põe a vitrola pra tocar/ Podem soltar foguetes/ Que eu passei no vestibular”.  

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