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ENCHENTES NA ZONA LESTE DE TERESINA: FIM DO TORMENTO

ENCHENTES NA ZONA LESTE DE TERESINA: FIM DO TORMENTO

Basta apenas 10 minutos de chuva grossa para os moradores da região leste da capital ficarem totalmente isolados. Quem está no centro não ultrapassa as principais avenidas da zona leste e o contrário também acontece, e quem se arrisca a passar pelas ruas e avenidas totalmente alagadas corre o risco de ser levado pela correnteza com veículo e tudo. O ponto mais crítico está localizado numa área comercial no cruzamento da Rua Estáquio Portela com a Avenida Homero Castelo Branco, onde várias pessoas já presenciaram muitos acidentes, que por pouco não se transformaram em tragédias.

Foto: GoogleEnchentes na Zona Leste
Enchentes na Zona Leste

O senhor Manoel Lopes, funcionário há 15 anos de uma grande rede de supermercado localizado no cruzamento, relatou um fato importante. Segundo ele, durante a noite de uma grande chuva, uma senhora passava em um veículo Gol 1.000, quando de repente a água começou a levar o carro, então ela decidiu sair e também passou a ser arrastada em direção a um grande bueiro que existe mais a frente. Dois homens, também funcionários do supermercado amarraram-se em uma corda e conseguiram pegar a mulher a tempo, do contrário ela teria sido levada pela água, o veículo avançou mais alguns metros e parou numa mureta de cimento que existe próximo a galeria. “Já presenciamos vários acidentes somente neste local “, frisou ele.

Em dias de fortes chuvas, o estacionamento e o depósito do próprio supermercado também é inundado pela água, tendo que ser acionado imediatamente uma equipe de limpeza para desentupir todos os canos existentes no estacionamento e permitir logo o escoamento d’agua para evitar a transmissão de doenças, estrago de mercadorias e principalmente o transtorno para os clientes que estão com veículos no local.

Uma banca de revista, instalada no cruzamento há cerca de 35 anos, já teve sua estrutura elevada em mais de 60 cm, devido a invasão da água durante as chuvas fortes. Segundo Francisco das Chagas, funcionário da banca, quando começa a temporada de chuva, ele e proprietário da banca, já se previnem com tijolos para colocar as revistas e outros produtos, pois quando há alagamento dentro do estabelecimento o prejuízo é muito grande.

O borracheiro Antoniel dos Santos Silva, que possui sua borracharia no local há mais de 15 anos, também já ajudou muitas pessoas a recuperarem motos e carros no local, ele conta um ocorrido com um casal que atravessava a avenida numa moto. Quando a água forte levou o veículo, ele correu para ajudar o casal e por sorte não morreu, também levado pela forte correnteza.

Entre as vítimas desse transtorno na zona leste provocado pelas chuvas está o jornalista Álvaro Luis Carneiro. Ele relata que em fevereiro de 2011 passou o maior sufoco de sua vida. Na ocasião em que trafegava na rua Senador Cândido Ferraz, próximo a Praça do Prefeito, seu carro, repentinamente, foi levado por uma tromba d’agua, caiu num redemoinho, e ele sem poder sair do veículo, devido o grande volume de água. As pessoas gritavam de fora para que ele não saísse do carro, senão ele morreria e ele pensava, “mas se eu ficar aqui dentro também vou morrer”, foi quando teve a idéia de sair pelo vidro traseiro do carro que tinha uma maçaneta manual, pois todo o sistema elétrico do carro já não funcionava mais. Ele se posicionou no teto do veículo, mergulhou na água, apegou-se a uma árvore e esperou a correnteza diminuir. “Foram os 20 minutos de maior perigo que minha vida já enfrentou, meu carro tinha somente 250 quilômetros rodados, se eu não tivesse feito isso, teria sido arrastado para um bueiro que existe nas proximidades da rua Cândido Ferraz”, afirma o jornalista.

Mas hoje não só para as pessoas que trabalham no local e convivem com esse drama como também para aqueles que transitam diariamente na zona leste, esse sufoco está para acabar.

Com recursos provenientes do PAC Mobilidade, estão sendo realizadas as obras das galerias da zona leste. Estas galerias devem acabar com o problema de inundação em toda região. É uma obra com investimento de aproximadamente R$ 46 milhões, aplicados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com a contrapartida da Prefeitura de Teresina em torno de R$ 14 milhões, além dos custos do estudo do impacto social, custos do projeto e a gestão de viabilidade da obra.Atualmente, cerca de 120 operários trabalham na construção das galerias da zona leste, em ritmo acelerado.

Foto: GoogleEnchentes na Zona Leste
Enchentes na Zona Leste

A galeria terá 7 km no total e vai abranger os bairros: São Cristóvão; Santa Isabel; Morada do Sol; uma parte da Piçarreira; e o Horto. A obra cortará quatro importantes vias da zona leste: João XXIII, Homero Castelo Branco, Presidente Kennedy e a Dom Severino. Atualmente foi concluído toda a extensão do canal aberto da galeria, que é estimado em aproximadamente 390 metros. No momento, os operários estão trabalhando em duas frentes: a primeira na rua Francisco Falcão Costa; e, a segunda, é na rua Alzira Pedrosa.

De acordo com o Gerênte de Obras da SDU Leste, José Alberto Rodrigues Guimarães, no local existe uma galeria, porém não é suficiente para dar vazão a macrodrenagem e com isso a construção da nova galeria vai resolver de forma definitiva os alagamentos da região leste de Teresina. O prazo de término da obra o final de 2016.

SOBRE O PAC

Criado em 2007, no segundo mandato do presidente Lula (2007-2010), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável.

Foto: GoogleEnchentes na Zona Leste
Enchentes na Zona Leste

Pensado como um plano estratégico de resgate do planejamento e de retomada dos investimentos em setores estruturantes do país, o PAC contribuiu de maneira decisiva para o aumento da oferta de empregos e na geração de renda, e elevou o investimento público e privado em obras fundamentais.

Nos seus primeiros quatro anos, o PAC ajudou a dobrar os investimentos públicos brasileiros (de 1,62% do PIB em 2006 para 3,27% em 2010) e ajudou o Brasil a gerar um volume recorde de empregos – 8,2 milhões de postos de trabalho criados no período.

Teve importância fundamental para o país durante a grave crise financeira mundial entre 2008 e 2009, garantindo emprego e renda aos brasileiros, o que por sua vez garantiu a continuidade do consumo de bens e serviços, mantendo ativa a economia e aliviando os efeitos da crise sobre as empresas nacionais.

Em 2011, o PAC entrou na sua segunda fase, com o mesmo pensamento estratégico, aprimorados pelos anos de experiência da fase anterior, mais recursos e mais parcerias com estados e municípios, para a execução de obras estruturantes que possam melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras

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