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Eleições 2018: Wilson Martins e Ciro Nogueira na liderança

Eleições 2018: Wilson Martins e Ciro Nogueira na liderança

Um dia após a Polícia Federal, através da Lava Jato, fazer uma operação de busca e apreensão em seu gabinete no Senado e em sua residência, o senador Ciro Nogueira (PP) - que coincidentemente ou não mais uma vez está fora do Brasil quando divulgado escândalo envolvendo a sua pessoa - aparece em segundo lugar nas intenções de votos para o Senado, segundo pesquisa do Instituto Amostragem, do Grupo Meio Norte.
Os números na pesquisa estimulada são: 21,16% para Wilson Martins (PSB); 16,51% para Ciro Nogueira (PP); 15,10% para Dr Pessoa (SOLIDARIEDADE); 14,75$ para Regina Sousa (PT); 12,29% para Marcelo Castro (MDB); 11,76% para Robert Rios (PDT); e 7,90% para Júlio César (PSD). Os percentuais de eleitores que não sabem em quem votar é de 25,20% e os que declaram que votariam nulo ou branco é de 13,90%.
O retomada da Operação Lava Jato, porém, repercutiu no Brasil e no mundo. Matérias divulgadas na imprensa nacional traçam todo o perfil político do senador Ciro Nogueira e podem provocar mudanças no cenário político piauiense. Ciro já responde ou respondeu a pelo menos sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal — um deles foi arquivado e outro rejeitado pelos ministros. Dos cinco aos quais ele ainda responde, quatro são no âmbito Lava-Jato, incluindo o que envolve a operação desta terça-feira. Em setembro do ano passado, o senador foi denunciado por organização criminosa no inquérito conhecido como "Quadrilhão do PP" por Rodrigo Janot e, em março deste ano, a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, referendou as acusações.
Considerado pela mídia nacional avesso aos holofotes, o senador Ciro Nogueira é um expert em operações de bastidores. No processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, foi considerado peça-chave para a definição do PP em votar contra a petista. Com a manobra, o parlamentar piauiense cresceu no Congresso com a ascenção de Temer e ajudou a angariar para o partido cargos relevantes no governo federal — o PP ficou com os ministérios da Saúde e da Agricultura e a Caixa Econômica Federal.
Ciro Nogueira também é um dos principais aliados do presidente Michel Temer no Congresso. No último dia 2, o senador esteve no Palácio do Planalto para acertar com Temer as novas indicações para a Esplanada dos Ministérios. No redesenho, Temer queria manter o afilhado político de Ciro, Gilberto Occhi, na presidência da Caixa. Mas Ciro exigiu que ele fosse deslocado para o Ministério da Saúde, e Temer aceitou.
Herança política
Filiado ao antigo PFL, Ciro Nogueira sucedeu o pai, Ciro Nogueira Lima, como deputado federal, sendo eleito em 1994, aos 26 anos, e reeleito em 1998. Em 2000, foi candidato a prefeito de Teresina, mas perdeu o pleito. Reeleito deputado federal em 2002, deixou o partido a que pertencia e ingressou no PP a convite de seu sogro, o médico e político Lucídio Portela, conquistando um novo mandato de deputado federal em 2006.
Ciro candidatou-se à Presidência da Câmara em 2009, disputando a sucessão de Arlindo Chinaglia, contra Aldo Rebelo e Michel Temer, perdendo para o atual presidente da República. Já filiado ao PP, foi eleito senador da República em 2010.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
O jornal Diário de Pernambuco publicou o perfil político do senador Ciro Nogueira, Confira:
Ciro Nogueira Lima Filho, 49 anos, está na política desde 1994. Muito antes disso, porém, já tinha contato com o poder. Filho de parlamentar, mudou-se para Brasília quando ainda era adolescente. Estudou em colégios caros e fez amizade com pessoas que foram importantes em sua carreira. Venceu a primeira eleição aos 26 anos, lançado como um substituto do pai, Ciro Nogueira, então deputado federal pelo Piauí.
Ciro é presidente do Partido Progressista e empresário, dono de uma grande concessionária de carros e motos. Considerado mais próximo da direita, Ciro está no centro. Votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), é contra o aborto, faz parte da bancada ruralista e apoia o sistema Parlamentarista — onde o Executivo é representado pelo Congresso. Tem cinco processos em aberto, um deles aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é acusado de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência e formação de quadrilha (veja acusações).
Tornou-se senador em 2010, com 695 mil votos. Em Brasília, Ciro costuma frequentar poucos restaurantes. Prefere endereços localizados no Lago Sul, onde fica a residência da família na capital, e locais especializados em carne. Às vezes, almoça com pessoas do partido em uma famosa churrascaria do Setor Hoteleiro Sul.
Confira os processos de Ciro Nogueira:
STF Inquérito 3910/2014 Ciro Nogueira e a mulher, a deputada federal Iracema Portella, foram acusados de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência
STF Inquérito 3989/2015 Investigação no âmbito da Operação Lava-Jato que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
TRF-1 Ação popular 0039272-79.2004.4.01.3400 Condenado por ser omisso quando atuava como 4ª Secretário da Mesa na Câmara dos Deputados ao ignorar que um ex-deputado continuava ocupando imóvel funcional. Foi condenado a pagar 163 vezes o valor do auxílio-moradia pago pela Casa em 2004. Interpôs embargos de declaração, mas a condenação foi mantida. Apela em segunda instância.
TRF-1 Ação Civil 005703-81.2014.4.01.4000 Senador teria usado recursos públicos para a propaganda eleitoral de Iracema Portella nas últimas eleições, em 2014.
TRF-1 Ação Civil 0039259-80.2004.4.01.3400 Dano ao Erário

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