Política

É o fim do tucanistão? As chances do PT vencer em SP nunca foram tão grandes

As chances de uma virada em São Paulo nunca foram tão grandes. Pode ser agora em 2022 o fim do tucanistão

  • sábado, 19 de fevereiro de 2022

Foto: ReproduçãoLula e Haddad
Lula e Haddad

Por Renato Rovai, jornalista, na Fórum

São Paulo foi apelidado de tucanistão não à toa. Desde 1994, quando Mário Covas venceu a eleição que o PSDB governa o estado. E antes disso, de 1982 até 1994, foi o PMDB quem mandou nele. O PSDB, como se sabe, saiu da costela do antigo PMDB.

É uma hegemonia sem qualquer nível de comparação no país. E que se fosse exercida por um partido de esquerda como o PT daria espaço para muitos tratados "sociológicos" ou artigos de colunistas que se consideram exemplos de democratas para explicar o quão deletério e a não alternância de poder.

Mas essa hegemonia nunca esteve tão ameaçada. Porque João Doria mesmo não fazendo um governo horroroso (já que tem na pesquisa Ipespe divulgada hoje 24% de ótimo e bom e 38% de regular), tem uma rejeição muito alta. Se viesse a ser candidato à reeleição teria muita dificuldade de confirmar um segundo mandato, porque na pesquisa espontânea do Ipespe fica atrás de Haddad e de Tarcísio.

Mas o cenário é ainda pior. Doria pretende sair candidato a presidência da República e lançar seu vice, Rodrigo Garcia, para o cargo de governador. Rodrigo não é tão conhecido como Doria e ainda terá que carregar o fardo de apoiar Doria no estado. Ou seja, vai amarrar seu burro numa âncora que não lhe permitirá navegar. Mesmo com toda a força da máquina do Estado pode ficar a ver navios.

Se ficarem como fortes candidatos, Haddad, Tarcísio e Rodrigo Garcia, não vai ser fácil que o terceiro chegue na rodada final da eleição. Se Márcio França insistir em se candidatar, pode ser ainda mais difícil, porque um eleitorado que iria com Garcia por não gostar nem do bolsonarismo e nem do petismo pode ir pra França ao invés de ir para o candidato tucano.

A derrota dos tucanos nunca esteve tão madura. E a vitória de um candidato progressista, que por enquanto parece que tende a ser Haddad, nunca esteve tão madura também. 

Haddad pode colar a rejeição de Bolsonaro em São Paulo no seu candidato Tarcísio se for ele seu adversário de 2º turno. O ruim e péssimo da avaliação do seu governo é de 56% num dos estados mais conservadores do país. 

Afora o fato de que se tornando o candidato de uma frente progressista, Haddad terá não só o apoio de Lula, mas de Alckmin, França, Boulos e quase toda a cidadania ativa do estado. Não é algo a ser desprezado. 

As chances de uma virada em São Paulo nunca foram tão grandes. Pode ser agora em 2022 o fim do tucanistão. 

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