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Após Toyota, Fiat e Peugeot anunciam investimentos de R$ 30 bi no Brasil

Segundo a empresa, esse é o maior investimento na história da indústria automotiva brasileira e sul-americana

Foto: Hudson PontesFábrica da Peugeot, da Stellantis, em Porto Real, no Rio de Janeiro
Fábrica da Peugeot, da Stellantis, em Porto Real, no Rio de Janeiro

A Stellantis, grupo automotivo global que atua no campo da mobilidade limpa e e dona das marcas Jeep, Fiat, Peugeot e Citroën, investirá R$ 30 bilhões no Brasil entre os anos de 2025 e 2030. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6) pelo CEO global da empresa, Carlos Tavares, e pelo presidente da companhia para a América do Sul, Emanuele Cappellano. Segundo a companhia, esse é o maior investimento na história da indústria automotiva brasileira e sul-americana.  

Eles se reuniram, também na manhã desta quarta-feira, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O anúncio foi feito em Brasília (DF).

O montante será usado para o desenvolvimento de novas tecnologias e de 40 novos produtos, entre novos modelos e a renovação do portfólio atual, além de oito novos powertrains (que integra o motor) e aplicações em eletrificação. Há três fábricas em operação no país, em Minas Gerais (em Betim), no Rio de Janeiro e em Pernambuco. A aplicação detalhada dos recursos será divulgada a partir do início das operações. A empresa ainda estuda a previsão de geração de novos empregos a partir do investimento anunciado. 

Atualmente, a Stellantis tem seis fábricas na América Latina - três no Brasil, duas na Argentina (que deve receber R$ 2 bilhões em investimentos, ainda sem previsão de aplicação) e uma no Uruguai. A escolha por focar recursos no Brasil, segundo o executivo, mira a concentração no país do desenvolvimento de produtos. As fábricas em Minas, no Rio e em Pernambuco são centros de engenharia da empresa na região.

O montante também foi anunciado após uma avaliação de mercado. “A América Latina é para nós hoje uma região estável. O Brasil é hoje um país que faz muitos esforços para estabilizar seu funcionamento a nível econômico, social e energético. Essa estabilidade é para nós uma condição fundamental”, concluiu Tavares.

Durante a coletiva de imprensa, o CEO explicou que a empresa quer reduzir os custos da produção de carros 100% elétricos. Hoje, a produção desse tipo de veículo é de 30% a 40% mais cara do que a de um carro a combustão. 

A meta, segundo Tavares, é conquistar o mercado pela janela da acessibilidade e entrar na concorrência da classe média, tida pela Stellantis como essencial para o avanço da mobilidade limpa.

"Se as classes médias não podem comprar, não há volume. E se não há volume, não há impacto positivo no planeta”, disse. A expectativa da empresa é conseguir igualar o preço de produção em 2026 ou 2027, e ter 20% de carros puramente elétricos em oferta no Brasil, assim como reduzir em 50% as emissões de CO2. 

A avaliação do CEO da Stellantis é de que não seria viável lançar essa meta hoje no mercado porque não haveria escala de demanda em função do preço. Da mesma forma, comercializar esses veículos atualmente sem transferir os custos aos compradores causaria um “desastre” na empresa, obrigando uma reestruturação vista como negativa por conta de prejuízos dados como certos. 

Um dos investimentos será na tecnologia Bio-Hybrid, que combina a eletrificação com um motor híbrido flex, movido a combustão por etanol ou gasolina. O cronograma prevê o primeiro lançamento desse modelo no segundo semestre deste ano. O modelo já foi apresentado no Polo Automotivo de Betim.

“Nossa empresa está aqui para servir. É uma empresa global, que tem todas as tecnologias, a única coisa que precisamos saber é em que direção precisamos trabalhar para servir as sociedades. É um diálogo com os governos sobre em que direção querem que a gente vá", frisou Tavares. 

A Stellantis foi criada em 2021 pela fusão da montadora ítalo-americana Fiat Chrysler Automobiles com a montadora francesa PSA Group. A sede da empresa fica em Amsterdã, na Holanda. No ano passado, a global registrou € 189,5 bilhões de receita líquida, com um aumento de 6% em relação a 2022. O lucro líquido foi de € 18,6 bilhões, 11% a mais. Já o fluxo de caixa livre industrial girou na faixa de € 12,9 bilhões, 19% a mais do que no ano anterior. Houve ainda 21% de aumento das vendas globais de plataformas BEV. 

Com informações do O Tempo

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