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Dino: combate agora na terra Ianomâmi é ao narcogarimpo

A disposição do governo agora é não recuar da ofensiva até que não restem invasores na terra indígena

Foto: ReproduçãoFlávio Dino e garimpo ilegal na Amazônia
Flávio Dino e garimpo ilegal na Amazônia

 

Por Tereza Cruvinel, colunista, no 247

Embora o vacinagate de Bolsonaro e aliados tenha dominado o noticiário das últimas horas, prossegue em Roraima a ofensiva do governo para restabelecer a ordem na terra Ianomâmi, onde ao longo da semana ocorreram 12 mortes. O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ao portal 247 que “a luta agora é contra o narcogarimpo”, grupo representado por 20% dos invasores originais integrado não apenas por garimpeiros mas também por agentes de organizações criminosas e traficantes.

O ministro nos disse hoje que o efetivo empregado na  operação de “desintrusão” foi reforçado nas últimas horas, contando agora com 475 homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública.

- Mas estamos tratando também de cortar o oxigênio financeiro destes criminosos que compõem o narcogarimpo. Acabamos de bloquear R$ 138 milhões em contas bancárias a eles vinculadas – disse o ministro.

Os 12 mortos são um indígena, quatro supostos garimpeiros que reagiram à bala quando foram cercados pela PF e acabaram mortos e oito corpos encontrados em um rio,  sendo que quatro deles, por terem sido atacados com flechas, podem ter sido mortos pelos indígenas. Um dos mortos pela PF, segundo Dino, integra uma conhecida organização criminosa e tem uma ficha policial aterrorizante.

A disposição do governo agora é não recuar da ofensiva até que não restem invasores na terra indígena. O monitoramento do desmate por satélite é um indicador preciso de locais onde o garimpo atua.

Outras áreas da Amazônia, entretanto, estão infestadas por organizações criminosas, o que exigirá uma atuação constante do Estado para reverter a frouxidão da vigilância nos últimos anos.

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