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“Democracia está em risco em todo o mundo”, diz Lula

Presidente afirmou que a política está "tomada pelo ódio" e que a civilidade entre os que discordam já não existe no Brasil e no mundo.

Foto: ReproduçãoPresidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa sexta-feira (15) que a democracia "está correndo risco" em todo o mundo diante do crescimento da extrema direita e de movimentos fascistas e nazistas, e defendeu que as pessoas voltem a ser "humanistas", em vez de meros objetos de algoritmos.

Em cerimônia em Porto Alegre para anúncio de investimentos do governo federal, Lula afirmou que a política está "tomada pelo ódio" e que a civilidade entre os que discordam – seja politicamente ou em qualquer outro assunto, como futebol – já não existe no Brasil e está acabando pelo mundo.

"Estou querendo chamar a atenção de vocês de que em todas as lutas que a gente tem que fazer daqui para frente é importante a gente lembrar que o que corre risco no mundo é a democracia", disse o presidente, ao discursar no evento.

"E (a democracia) corre risco pelo fascismo, corre risco pelo nazismo, pela extrema direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas", acrescentou.

Ao citar nomes da estatura de Leonel Brizola, Lula lamentou por considerar que a política está "medíocre" atualmente. O presidente atentou, ainda, para o fato de que os militantes progressistas precisam mirar na juventude, que por ser mais imediatista, na leitura do presidente, tem maior tendência a embarcar nas críticas e no negacionismo, em vez de discutir a fundo as questões que a preocupa.

"Muitas vezes é mais fácil a gente ser contra, do que ter que pensar", avaliou, dizendo que a responsabilidade do campo progressista "aumentou" diante desse cenário.

Lula também analisou a situação atual como resultado de mudanças de comportamento dos campos políticos.

"A esquerda e os setores progressistas, antes, criticavam o sistema. Na hora que eles ganham as eleições, eles passam a fazer parte do sistema, e a direita, que fica fora, vira contra o sistema. Quem é contra o sistema hoje, que critica tudo, é o Milei, da Argentina. Até o Banco Central ele quer fechar", disse, referindo-se a Javier Milei, presidente da Argentina que se identifica como um libertário.

"E aqui, o Bolsonaro – que eu não queria falar o nome dele –, mas é a negação. Até hoje ele não reconhece a derrota dele. Até hoje não reconhece a derrota (eleitoral)", afirmou, mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Como soluções para o momento atual de ameaça à democracia em todo o mundo, Lula sugeriu a recuperação das noções de humanidade e civilidade, além do fortalecimento das instituições e da recuperação econômica, de forma que possa haver combate à fome, a à desigualdade e que possam ser conferidas "vez e voz" àqueles "historicamente esquecidos".

"Nós precisamos voltar a ser humanistas. Nós não queremos ser algoritmos. Nós queremos pensar, nós queremos amar, nós queremos ter fraternidade e solidariedade com as pessoas. Eu não sou número. Eu não sou objeto. Eu tenho sentimento", afirmou, em referência às redes sociais.

Com informações do 247

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