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Conheça Patriarca, a árvore mais antiga do Brasil

Ela fica na cidade do interior paulista de Santa Rita do Passa Quatro

Foto: DivulgaçãoPatriarca
Patriarca

Patriarca é um exemplar de jequitibá-rosa situado no Parque Estadual do Vassununga, na cidade do interior paulista de Santa Rita do Passa Quatro. Trata se de uma árvore de idade controversa, mas consensualmente muito antiga. Já foi estimada em mais de três milênios, mas outro cálculo aponta que o Patriarca teria na verdade cerca de 580 anos, de acordo com o chefe do laboratório de anéis de crescimento do departamento de ciências florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Mário Tomazello Filho.

As proporções do vegetal ancião impressionam: ele atingiu uma altura de 40 metros, o equivalente a um prédio de 13 andares. Com um diâmetro de 3,6 metros e circunferência medindo 11,3 metros, são necessários cerca de dez homens para conseguir abraçar o tronco inteiro. As raízes da árvore chegam a uma profundidade de 18 metros e seu peso bruto foi calculado em 264 toneladas, o equivalente a 53 elefantes com peso médio de cinco toneladas. Especialistas estimaram que, sozinho, o Patriarca tenha sequestrado mais de 132 toneladas de CO2 ao longo de sua existência. O jequitibá-rosa reúne aproximadamente 190 metros cúbicos de madeira, montante que possibilitaria construir em torno de 15000 cadeiras.

Para assegurar que este último dado permaneça sendo apenas uma curiosidade e que ninguém danifique este valioso patrimônio natural brasileiro, o governo de São Paulo mantém no local uma reserva chamada Parque Estadual de Vassununga, que abriga uma das maiores quantidades de jequitibás-rosa do mundo. A área protegida foi criada em 1970 e atualmente é gerida pela Fundação Florestal, vinculada à secretaria estadual do meio ambiente.

A majestosa árvore só está de pé até hoje graças à consciência dos antigos donos do terreno, relata o órgão. “A presença dos jequitibás no parque deve-se às ações de preservação ambiental que ocorreram no passado, decorrentes da postura conservacionista dos proprietários particulares”, informou a instituição. Mas será que depois de viver por tanto tempo, o Patriarca pode ser considerado um vegetal “velho” biologicamente falando? Ele apresenta diferenças metabólicas se comparado com um espécime mais jovem de jequitibá-rosa?

De acordo com os especialistas da Fundação Florestal, sim. Parece que a árvore anciã, assim como outros entes da vida real, adquirem uma existência mais pacata conforme envelhecem. “As diferenças entre uma planta jovem e outros adultos mais velhos estão ligadas às fases de crescimento, produção de flores e frutos”, explicam os especialistas do órgão. “Um indivíduo jovem normalmente apresenta um crescimento mais rápido que indivíduos adultos mais velhos”, afirmam.

Para conseguir chegar à impressionante idade, o Patriarca teve de resistir à implacável e sempre presente ameaça humana, seja com os antigos machados ou com as atuais motosserras. Mas também precisou superar alguns fatores biológicos: a ação de pragas como insetos ou outros agentes como vírus e bactérias podem decretar a morte de uma planta por causas naturais, sem contar o risco de possíveis raios ou incêndios.

Foto: DivulgaçãoJequitiba
Patriarca 

Foto: DivulgaçãoJequitibá
Patriarca 

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