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Como será a atualização do projeto do PT?

Wellington Dias fala sobre o momento vivido pelo Partido

Foto: Foto WDias: GP1O PT precisar mudar ?
O PT precisar mudar ?

A notícia de que o governador Wellington Dias declarou que o PT precisa atualizar seu projeto, que não pode ser mais o mesmo do passado, parece refletir o que está acontecendo com a sigla, diante do desafio de derrotar a extrema-direita entronizada pelo presidente Jair Bolsonaro. Os petistas, influenciados pelo trabalho de debate e articulação por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, percebem que o momento é o de aglutinar não só as esquerdas – o que já é muito difícil –, mas setores ao centro e os liberais.

O discurso de atualização de pauta petista, portanto, sustentado pelo piauiense, prega a reconciliação com os mais amplos setores da sociedade, a exemplo do que ocorreu com o então vice-presidente José Alencar, um dos maiores empresários do País e aliado de Lula, com quem compôs a chapa vencedora, em 2002. Essa rearticulação das forças progressistas com segmentos do centro e centro-direita, portanto, é uma necessidade, inclusive no que toca parte dos agentes federais e estaduais de segurança pública e evangélicos.

A atualização de projeto passa por estabelecer um diálogo o mais amplo possível e o fechamento de questão em torno de pontos comuns, como a defesa do estado democrático de direito, políticas de inclusão social, retomada dos investimentos públicos, para fazer a economia girar, etc. Mesmo que os governadores estejam consagrando medidas em consonância com o que vem sendo implantado em termos de política neoliberal, como a reforma da previdência, há uma pauta civilizatória a ser compreendida e adotada pela sociedade.

Atualizar para combater

O momento é de grande gravidade, que compreende um governo que está destruindo as instituições e políticas públicas ambientais, de educação, saúde, previdência social, cultura, etc. E é por isso que a referência à atualização do projeto petista envolve a ideia de uma coalizão de amplos setores, cuja pauta vai além do combate à fome, mas passa por medidas que revertam, por exemplo, o brutal processo de concentração de renda no País. A atualização do projeto passa também pela criação de uma política de segurança, pauta central bolsonarista.

Wellington Dias não entrou em detalhes a respeito da atualização do projeto do PT, fazendo apenas menção à aproximação com amplos setores da sociedade, inclusive das elites econômicas. Mas espera-se que atualizar signifique fazer a composição ampla, mas em torno de um projeto nacional, que na verdade nunca houve neste País. Isso passa por medidas distributivas como tributação das grandes fortunas e a adoção do imposto de renda progressivo, e ainda pelo restabelecimento dos direitos trabalhistas.

A atualização implica num projeto desenvolvimentista nacional, com forte investimento em infraestrutura, retomada do papel estratégico da Petrobras, voltando a apostar fortemente em suas refinarias, para interromper a escalada de importação de gasolina e óleo diesel. Exatamente o contrário do que acontece no governo Bolsonaro. Acredita-se que a atualização do projeto petista, apenas mencionada, mas não detalhada, leve em consideração esses aspectos, além da revalorização da educação, não só da superior, mas da básica. Veremos.

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