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Com energia privatizada, 500 mil imóveis em São Paulo seguem sem luz três dias após o temporal

Por conta da falta de luz, 12 escolas municipais não abriram

Foto: DivulgaçãoSão Paulo as escuras
São Paulo as escuras

A Enel afirmou na manhã desta segunda-feira (6) que 500 mil imóveis da Grande São Paulo seguem sem energia - três dias após o temporal que atingiu diversas cidades do estado.

Desse montante, de acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), 413 mil estão na capital paulista. Por conta da falta de luz, 12 escolas municipais não abriram. 

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), responsabilizou a Enel pela demora na resolução do problema.

"Ainda temos 413 mil consumidores sem energia na cidade de SP. Estamos aqui com todo o esforço, ampliamos as equipes, estamos com a Defesa Civil, pessoal das subprefeituras para poder trazer a cidade de volta o quanto antes. Mas em muitas situações, a gente depende que a Enel faça o seu trabalho de desligamento para poder remover as árvores e reestabelecer a energia. Situação bastante difícil".

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou hoje que o governo federal tomará medidas em relação à falta de energia elétrica em São Paulo.

Dino declarou que o Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional do Consumidor, notificará a concessionária de energia elétrica Enel para que explique a interrupção nos serviços essenciais. Ao todo, 2,1 milhões pessoas foram impactadas desde a última sexta-feira (3). 

“O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, vai notificar a concessionária de energia elétrica em São Paulo para explicar a interrupção nos serviços essenciais. Outras iniciativas serão anunciadas pelo secretário Wadih Damous”, escreveu Dino no X, antigo Twitter.

Vale destacar que a Enel reduziu significativamente o número de funcionários desde 2019, de acordo com dados apresentados pela própria companhia à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Entre 2019 e 2023, houve uma redução de quase 36% no quadro de funcionários da Enel.

Em 2019, a empresa contava com 23.835 funcionários e colaboradores, incluindo profissionais contratados pela empresa e terceirizados que vieram da antiga Eletropaulo. Já no final de setembro de 2023, a concessionária tinha 15.366 profissionais, uma diminuição de 35,5% em quatro anos.

O jurista Pedro Serrano, um dos mais conceituados constitucionalistas do País, defendeu a cassação da concessão da Enel, que cortou 36% dos funcionários desde a privatização em 2019 e deixou milhões sem luz em São Paulo durante mais de 48 horas. "Com tamanho corte de funcionários obviamente não há como garantir a continuidade dos serviços em momentos de turbulências naturais, imprevistas mas previsíveis . A Enel cometeu falta grave, deveria ter sua concessão rescindida sem direito a qualquer indenização", postou Serrano, em seu X.

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