Cantor gospel que se revelou gay tem shows cancelados e recebe apoio do Padre Júlio Lancellotti

Foto: Reprodução/DCM

Bruno Camurati e padre Júlio Lancellotti

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O cantor gospel Bruno Camurati tem usado as redes sociais para lamentar os cancelamentos de seus shows que, segundo ele, se tornaram frequentes desde que ele se assumiu gay, no início do mês de junho. O último relato do artista foi referente a um evento que acontecerá no próximo dia 23. “Comunicado oficial (meu mesmo): a organização do Festival Halleluya me comunicou que eu não estarei mais na programação do evento deste ano”, escreveu ele.

Na nota publicada no Instagram, Bruno agradeceu a oportunidade de ter se apresentado na festividade em outros anos e disse que precisava dar essa explicação em consideração a todos que estavam na expectativa de encontrá-lo lá. O cantor já havia utilizado sua página para lamentar a perda de alguns trabalhos.

“Tá, mas é engraçado como eu servia pra tudo há 2 semanas e, logo em seguida, num estalar de dedo de Thanos, não presto mais pra cantar, palestrar, pregar… As mesmas músicas, a mesma pessoa, o mesmo show. Dois já foram cancelados essa semana”, diz um post de meados do mês passado.

Em outra publicação, ele chegou a declarar que esperava que isso fosse acontecer. “Eu entendo porque o show foi cancelado. Já esperava por isso. Não só esse show, mas outros eventos e palestras também foram cancelados. Eu entendo a revolta do povo. Eu queria pedir que todo mundo só se respeitasse e se amasse, que é o foco da nossa fé.”

Os comentários dos posts feitos por Bruno têm acumulado mensagens de carinho e apoio e o padre Júlio Lancellotti chegou a dedicar uma publicação de seu Instagram ao cantor. “Solidariedade ao cantor Bruno Camurati que teve apresentação cancelada em festival católico por ter revelado ser gay. Nem todos os grupos católicos ouviram a palavra de Francisco: a Igreja tem lugar para todos”, escreveu o religioso, marcando a página do Halleluya.

No Twitter, Camurati deixou um recado fixado no topo de seu perfil. “A quem chegar nesse perfil: sou cantor, compositor, católico, designer, ator, carioca, gay, lutando ao lado das minorias e perseguidos, a favor da democracia e do Amor. Não pretendo ser herói ou exemplo de nada, só ser eu mesmo. Se vier, venha na paz”, avisou.