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Bolsonaro quer colocar cloroquina na Farmácia Popular

Sem eficácia comprovada contra o coronavírus, os medicamentos podem ser inclusos entre os produtos fornecidos gratuitamente ou com 90% de desconto

Foto: UOLBolsonaro segurando uma caixa de cloroquina no Palácio da Alvorada
Bolsonaro segurando uma caixa de cloroquina no Palácio da Alvorada

O Ministério da Saúde, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello, discute a inclusão de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus entre os produtos fornecidos gratuitamente ou com desconto de até 90% pelo Programa Farmácia Popular. A pasta faz estudos sobre a "viabilidade econômica" de distribuir sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, ivermectina 6 mg e azitromicina 500 mg para contaminados pelo vírus, que já matou 120 mil pessoas no País.

Se a proposta for confirmada, esses medicamentos passam a ser subsidiados pelo programa, orçado em R$ 2,5 bilhões para este ano. Atualmente esse dinheiro é destinado a reembolsar farmácias credenciadas em cerca de 80% das cidades do País pela venda de 35 produtos. São 20 fármacos gratuitos, como os de diabete e hipertensão. Os descontos também se aplicam a contraceptivos e a fraldas geriátricas, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.  

Uma caixa com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg custa R$ 25 cada, apontou a tabela de preços definida pelo governo federal. Dez comprimidos do antibiótico azitromicina 500 mg valem R$ 35. Caixas com dois comprimidos do vermífugo ivermectina 6 mg saem por R$ 15. Os valores consideraram alíquotas de ICMS cobradas em São Paulo.

As discussões sobre a proposta ocorrem no mesmo momento em que a equipe econômica do governo Bolsonaro estuda extinguir o Farmácia Popular para tirar do papel o Renda Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família. De acordo com dados da atual gestão, mais de 21,3 milhões de pacientes foram atendidos pelo Farmácia Popular em 2019. 

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