Bolsonaro não tem trazido sorte para candidatos que o abraçam no Rio e em São Paulo
Marcelo Crivella e Celso Russomanno estão derretendo nas pesquisas das duas maiores cidades do Brasil

Por Leonardo Sakamoto, no Facebook
Celso Russomanno bate no peito que é amigo pessoal do presidente da República. Tem repetido, exaustivamente, no horário eleitoral, que Bolsonaro pegou em seu braço e pediu para que ele "cuide de São Paulo".
Marcelo Crivella, que também lembra a amizade com Jair Messias desde os tempos em que estavam no Exército, teve autorização para o uso de sua imagem em campanha. O que tem feito, convulsivamente.
Mas pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta (22), mostrou que a intenção de voto em Celso Russomanno (Republicanos) caiu de 27% para 20% desde que começou a propaganda no rádio e na TV há 15 dias.
Com isso, perdeu a liderança isolada e empatou com Bruno Covas, que subiu a 23% - a margem de erro é de três pontos. Logo atrás, aparece Guilherme Boulos (PSOL), com 14%.
Enquanto isso, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), que já amargava menos da metade das intenções de voto do primeiro colocado, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), vê crescer o risco de ficar fora do segundo turno.
Ele está com 13%, mesma taxa de Martha Rocha (PDT). Benedita da Silva (PT) tem 10%. Ambas subiram enquanto ele permaneceu praticamente na mesma, indo de 14% para 13%.
Seria injusto dizer que estão nessa situação por conta de falarem de Bolsonaro. Ambos - que compartilham o mesmo partido político e a benção da mesma Igreja Universal - têm seus próprios deméritos e suas próprias acusações de corrupção.
A gestão Crivella conta com péssima avaliação, sendo o candidato com maior rejeição - 58% não votaria nele nem que a vaca tussa. Russomanno viu sua rejeição subir de 21% para 38% em um mês, alcançando o primeiro lugar isolado nesse quesito - o mesmo recall que o levou a disparar inicialmente, agora cobra seu preço, com a lembrança do porquê ele desidratou em outras eleições.
Mas não deixa de ser paradigmático que os candidatos que mais se esforçam em mostrar que têm o apoio de Bolsonaro estejam tão mal nas duas maiores cidades brasileiras.
Pesquisa Ibope, divulgada no dia 17, apontou que 48% dos paulistanos avaliam a administração de Bolsonaro como ruim ou péssima, enquanto 27% aponta como boa ou ótima. No Rio, os índices são de 38% e 34%, respectivamente.
Uma das apostas de Russomanno e Crivella é que se conseguissem manter os votos daqueles que avaliam bem o presidente, estariam no segundo turno. Para tanto, Bolsonaro teria que entrar de cabeça na campanha de ambos, com a ajuda de membros do seu governo e ele próprio.
Seria uma aposta arriscada emprestar sua imagem para um possível desastre.
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