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Bolsonaro vai depor hoje à PF sobre o caso das joias sauditas

O tenente-coronel Mauro Cid também será ouvido sobre as tentativas de reaver as joias barradas na Receita

Foto: ReproduçãoEx-presidente Jair Bolsonaro e joias sauditas
Ex-presidente Jair Bolsonaro e joias sauditas

Nesta quarta-feira (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre os três conjuntos de joias presenteados pelo regime da Arábia Saudita a ele e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O depoimento ocorrerá por volta das 14h30 em Brasília.

A investigação apura se o ex-capitão cometeu o crime de peculato ao tentar ficar com os itens, em especial um conjunto, avaliado em R$ 16 milhões, que foi apreendido pela Receita Federal em outubro de 2021.

Além de Bolsonaro, outras 9 pessoas também devem ser ouvidas, simultaneamente, pela PF, dentre elas dois auxiliares próximos ao ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-assessor especial Marcelo Camara, e o ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira.

O caso se iniciou em dezembro do ano passado, poucos dias antes do ex-capitão deixar a presidência da República. O gabinete pessoal do então presidente pediu à Receita Federal a liberação do conjunto avaliado em mais de R$ 17 milhões. O ofício foi assinado por Mauro Cid.

Em um e-mail enviado pouco tempo depois, Julio Cesar Vieira se posicionou pelo atendimento do pedido e solicitou o encaminhamento da demanda à equipe da Alfândega de Guarulhos. Mesmo assim, o conjunto não foi liberado pois faltavam documentos que permitissem a liberação.

O pacote foi apreendido em outubro de 2021, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), após inspeção nas bagagens de um integrante da comitiva que acompanhou o então ministro Bento Albuquerque em uma viagem à Arábia Saudita. O conjunto não havia sido declarado à Alfândega.

Além deste conjunto de itens, o ex-presidente recebeu outros dois pacotes de itens do regime saudita. O primeiro foi recebido por sua comitiva em uma viagem ao Catar e à Arábia Saudita em outubro de 2019. O segundo, pela mesma comitiva de Bento Albuquerque em 2021.

Ambos pacotes não tiveram a entrada no país barrada pela Receita Federal e foram armazenados como itens do acervo pessoal de Bolsonaro, em vez de integrar o acervo da União, entretanto, após determinação de Augusto Nardes, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), os pacotes tiveram que ser entregues pela defesa de Bolsonaro à Caixa Econômica Federal.

A PF apura agora as circunstâncias que resultaram no envio dos conjuntos à guarda pessoal de Bolsonaro.

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