Política

Bodocó os "Modebras" e "Quisilas" e a eleição na terra do Tio Sam

O poeta e cantor Flávio Leando lembra seu tempo de escrutinador, agora, que está rolando a apuração da eleição dos EUA

  • sábado, 7 de novembro de 2020

Foto: FacebookEscrutinadores
Escrutinadores

Por Flávio Leandro, poeta e cantor, no facebook

Escrutinador! Parece um palavrão, né? Era minha função na justiça eleitoral de Bodocó.

No fórum, a gente abria a urna e ai começava a disputa, na tapa, pela melhor interpretação do que podia ser chamado de escrita, em cada voto posto na cédula de papel. Eu não entrava na briga, somente contava o voto depois da pandenga.

Ao final da contagem, alguém corria lá fora - não tinha celular - e anunciava o resultado da urna aos tímpanos efervescentes que se dividiam entre "Modebras" e "Quisilas". A festa estrondava em batuque do lado de quem recebia mais votos.

Eram três, quatro, cinco dias nessa rimueta.

Acompanhando agora a saga dos americanos em seu pleito eleitoral, vejo que o Tio Sam é o Bodocó de tempos atrás. Capengando, voto a voto, numa humilhação patética perante o mundo, destoando da revolução tecnológica que brota a cada segundo do Vale do Silício.

Embora existam vários partidos e até candidaturas avulsas, somente "Republicanos" e "Democratas" se alternam no poder como no reino de Bodocó, que por mais que se faça, que se tente, que se oferte uma outra via, somente duas bandeiras tremulam no palco da muvuca separatista em que se transforma meu município.

Hoje, com o fortalecimento da urna eletrônica, o resultado é ligeiro que nem coice de bacurim, num da tempo nem o caba dá uma sipitica, um passamento! É pêi, bufo!

O jegue brasileiro ainda quis questionar, mas como lhe convinha, deixou rolar.

Torçamos para que o jegue americano entenda o que é vontade popular e sua resultante no que eles chamam de maior democracia do mundo, mesmo com o pior sistema de votos do universo.

Tchau, trapo, pega tua tropa, e busca outro trampo, que tempo de extremista tá se esvaindo!

Inté! 

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