Pensar Piauí

Batalha no zap na reta final pode decidir se teremos 2º turno

O discurso do medo se torna uma arma poderosa para aumentar a abstenção

Foto: DivulgaçãoWhats app
Whats app

 

Por Leonardo Sakamoto, jornalista, no facebook 

Do ponto de vista dos votos válidos, Lula marca 50% e Bolsonaro, 36%. Essa situação de indefinição sobre um segundo turno na campanha presidencial fará com que os celulares dos brasileiros sejam inundados, nos próximos três dias, via aplicativos de mensagens e redes sociais, com uma quantidade absurda de mentiras a fim de tentar garantir a realização de um segundo turno.

Desde domingo, a campanha do presidente aumentou consideravelmente os disparos sobre as urnas eletrônicas e as pesquisas eleitorais, buscando aumentar a desconfiança sobre o sistema eleitoral e reduzir o "voto em quem está ganhando", quando o candidato é escolhido só porque está na frente. Sim, é esquisito, mas acontece.

Também cresceu o número de ataques, reciclando denúncias de corrupção contra Lula e tentando demonizar o petista a fim de afastar os indecisos e evitar a migração de voto útil. Isso, contudo, tem efeito limitado. Todos os canhões das campanhas bolsonarista e cirista não conseguiram elevar significativamente a rejeição do petista - que está nos mesmos 39% desde 1º de setembro, enquanto Bolsonaro não saiu dos 52%. Nesta reta final, ressuscitaram até o caso Celso Daniel - que tem efeito reduzido porque é mentira velha.

Mas as mensagens também tentarão fazer com que parte do eleitorado não saia de casa para votar. Há um esforço para amedrontar os eleitores de Lula. Por exemplo, mensagens afirmando que, se Bolsonaro não for eleito em primeiro turno, haverá invasão do Congresso e do STF, foram disparadas às centenas de milhares no Paraná. Além disso, mensagens que ameaçam sangue se ele não ganhar também chegaram em comunidades no Rio de Janeiro.

A violência política durante a votação deve ser mínima - se houver brigas e tumultos, eles ocorrerão após os resultados das urnas forem conhecidos. Mas o discurso do medo se torna uma arma poderosa para aumentar a abstenção.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS