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Piauiense tenta voltar ao Brasil após novo avanço de tropas da Rússia na Ucrânia

Muitos atletas brasileiros já conseguiram deixar a Ucrânia, mas outros ainda enfrentam problemas para obter uma rota de fuga segura

Foto: ReproduçãoKedma Laryssa
Kedma Laryssa

A atleta piauiense Kedma Laryssa, 20 anos, natural de Teresina, que estava na Ucrânia, conseguiu deixar o hotel onde estava hospedada na cidade de Kryvyi Rih e embarcar em um trem com destino a cidade de Lviv, na fronteira com a Polônia, nessa sexta-feira (4).

Pelo Instagram, a jogadora publicou uma foto com as duas colegas brasileiras, Gabriela Zidoi Melo dos Santos e Lidiane Oliveira, naturais dos estados de São Paulo e Espírito Santo. As três aparecem dentro do trem rumo à Lviv, onde então o trio de brasileiras tentará retornar ao Brasil.

Foto: Reprodução/INstagramKedma Laryssa, Lidiane Oliveira e Gabriela Zidoi
Kedma Laryssa, Lidiane Oliveira e Gabriela Zidoi embarcando trem 

Desde que a ofensiva militar russa invadiu a Ucrânia, a piauiense queria deixar o país mas não conseguia. Ela fazia parte do Kryvbas Women, time da cidade de Kryvyi Rih, no sudoeste do país e a 400km da capital Kiev.

Kedma estava abrigada em um hotel e recebia orientações sobre como voltar ao Brasil com segurança. A jogadora e as demais atletas precisaram mudar do hotel onde estavam hospedadas depois que ouviram barulhos de bombas no antigo alojamento, que fica localizado ao lado de uma base militar.

Foto: InstagramLidiane Oliveira, Kedma Laryssa e Gabriela Zidoi
Lidiane Oliveira, Kedma Laryssa e Gabriela Zidoi

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), acionou o Governo Federal na última quinta-feira (3), através do Ministério das Relações Exteriores, solicitando ações para o retorno das três jogadoras.

De acordo com o governo do Piauí, foram enviados ofícios ao presidente da República, Jair Bolsonaro, à embaixada brasileira, e a Casa Civil, com os dados das três atletas brasileiras. 

Kedma deixou o Piauí para viver na Ucrânia desde agosto de 2021. A atleta era moradora do bairro Mafrense, na zona norte de Teresina. Ela iniciou sua carreira no futebol com o Flamengo-PI, depois atuou durante quatro anos (2015-2019) no Tiradentes-PI, equipe piauiense que esteve no Campeonato Brasileiro Série A2.

O pensarpiauí conversou com a atleta por telefone. Kedma disse que chegou na Ucrânia cheia de expectativas de conseguir fazer um bom campeonato. “Consegui me adaptar, consegui fazer amizades também e consegui principalmente ajudar minha família”, disse ao pensarpiauí.

Questionada sobre como está sua vida e dos outros atletas desde que a guerra começou, a atleta disse: “Está tudo uma confusão, vivemos dias incertos, não sabemos o que vai acontecer. O medo toma conta de nós!”, ressaltou.

Kedma relatou que conseguiu falar com a família e procura tranquilizar a todos nesse momento de tensão. A atleta está fazendo o máximo para chegar à fronteira. 

O pensarpiauí perguntou se ela pretende voltar à Ucrânia algum dia quando tudo isso passar. "Eu adorei jogar na Ucrânia, pessoas incríveis, de um coração enorme, pessoas guerreiras que lutam pelo seu país, que lutam pelos seus direitos de existir. Mas depois de viver isso tudo, somente se for da vontade de Deus que eu tenha que voltar, porque tudo é da forma que Deus permite em nossa vida”, contou. 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou na terça-feira (1) que abriu dois postos de atendimento consular para prestar ajuda aos brasileiros que buscam deixar a Ucrânia. Um deles ficará na cidade ucraniana de Lviv, próxima à fronteira com a Polônia que tem sido adotada como rota de fuga; e o outro em Chisinau, capital da Moldávia, para facilitar o suporte a brasileiros que tentam a saída pela Romênia. “Os postos de atendimento em Lviv e Chisinau complementam as medidas já em curso de apoio aos brasileiros, de confecção de documentos de viagem e de retirada, ordenada e segura, de nacionais do território ucraniano”, declarou em nota o Itamaraty.

Muitos atletas brasileiros já conseguiram deixar a Ucrânia, mas outros ainda enfrentam problemas para obter uma rota de fuga segura.

O cessar-fogo parcial foi anunciado pela Rússia neste sábado (5) em duas cidades ucranianas já começou. Mariupol, cidade portuária com localização estratégica, e Volnovakha são os locais selecionados.

A suspensão dos ataques russos vai durar das 9h às 16h, no horário de Moscou (4h às 11h, no Brasil), de acordo com a agência estatal russa RIA. A operação de retirada de civis de Mariupol será iniciada às 11h no horário local (6h no horário de Brasília) e durará cinco horas e facilitará a saída dos civis.

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