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Antes de ser morta, cantora procurou a PM: “Chorando muito"

Lívvia Bicalho foi encontrada morta com um tiro na cabeça ao lado do ex-namorado Rafael Ribeiro, em João Monlevade (MG)

Foto: InstagramA cantora e influencer Lívvia Bicalho foi encontrada morta em João Monlevade, junto com o ex-namorado
A cantora e influencer Lívvia Bicalho foi encontrada morta em João Monlevade, junto com o ex-namorado

A cantora sertaneja e influencer Lívvia Bicalho, de 37 anos, procurou ajuda da Polícia Militar menos de duas horas antes de ser encontrada morta em João Monlevade(MG), na última quarta-feira (21/4). Segundo boletim de ocorrência divulgado pelo portal G1, a artista estava “bastante transtornada” e com “dificuldades em falar por estar chorando muito”.

Às 11h39 do dia 21 de abril, a polícia registrou o primeiro boletim de ocorrência, que só foi encerrado às 12h32. Às 13h, a PM voltou a ser acionada, dessa vez para ser comunicada do assassinato de Lívvia, encontrada ao lado do corpo de seu ex-namorado Rafael Ribeiro, suspeito de atirar nela e se matar em seguida.

Perseguição

Na manhã daquela quarta-feira, Lívvia foi ao presídio de João Monlevade, em Minas Gerais, e ligou para a polícia, dizendo que queria fazer uma denúncia contra o ex-namorado. “Perguntada de que se tratava tal denúncia, ela apresentou dificuldades em falar por estar chorando muito”, diz o texto do boletim de ocorrência.

Lívvia foi orientada a ir até o quartel da polícia. Lá, os militares ligaram para a filha da cantora, Júlia Bicalho, de 19 anos. A jovem afirmou que a mãe estava “sendo perseguida” por Rafael.

A cantora disse aos PMs que não havia sido agredida por Rafael, mas que “tinha medo de retornar até a casa para pegar suas coisas, já que ele teria dado um prazo de 45 horas para que ela retirasse tudo”. Quando a polícia se ofereceu para ir até o imóvel com a artista, Lívvia alegou que só conseguiu caminhão de mudança para cinco dias depois e que iria para a casa de uma amiga.

Lívvia volta ao apartamento

Os militares, então, foram até a casa de Rafael Ribeiro para “saber sua versão dos fatos”. “Para surpresa desta guarnição policial, a sra. Lívvia também se encontrava no apartamento, onde alegou que não teria feito contato com a Polícia Militar”, diz o boletim.

Os dois desceram para falar com a polícia, e a cantora foi questionada sobre ter voltado para o local. Ela teria dito que, “mesmo ficando na casa da amiga, tinha de pegar algumas roupas”. Os PMs perguntaram a Rafael se Lívvia poderia retirar suas coisas, e o homem disse que sim, e os dois voltaram para o apartamento juntos.

Duas horas depois, a polícia foi acionada com a denúncia de que dois disparos de arma de fogo tinham sido ouvidos. No local, os militares encontraram Lívvia caída e Rafael Ribeiro “caído sentado escorado na parede com uma arma de fogo em uma das mãos”. Os dois com tiros na cabeça, já sem sinais vitais.

Investigações

A Polícia Civil disse que “trabalha com a hipótese de eventual feminicídio seguido de suicídio, o que deverá ser confirmado ou não no curso das investigações”.

Na manhã de quinta-feira (22/4), a corporação pontuou que a investigação segue sob sigilo e que irá divulgar as informações somente com a conclusão do inquérito.

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