Política

Acabou! Bolsonaro viaja para os EUA. Vai fugir?

Entenda o que sabe sobre o abandono de cargo antes do fim do seu caótico mandato


Foto: ReproduçãoBolsonaro
Bolsonaro

Passados 1.457 desde a posse, em 1º de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro (PL) termina seu mandato de forma antecipada nesta quinta-feira (29) quando deve embarcar em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) - que já está à sua espera - para os EUA, antecipando o fim do governo fascista de ultradireita que transformou o Brasil em pária internacional e jogou grande parte da população em um caos econômico e na saúde, com a morte de quase 700 mil brasileiros pela Covid.

Sem apreço pela democracia - o que demonstrava desde os tempos de Congresso Nacional, quando já dizia que pelo voto "não se mudaria nada neste país" -, Bolsonaro vai fugir para os Estados Unidos para não passar a faixa para seu sucessor, Lula (PT), que assume no dia 1º de janeiro de 2023 seu terceiro mandato na Presidência da República.

O futuro ex-presidente deve viajar apenas com assessores próximos e sem a companhia da esposa, Michelle - com quem vive nova crise conjugal -, para um destino incerto nos EUA. 

Nesta quarta-feira (28), no entanto, o mistério sobre para onde vai Bolsonaro deve terminar com o embarque de assessores para preparar a chegada dele nos EUA. O mais provável é que Bolsonaro desembarque na Flórida.

Bolsonaro deixa a Presidência como nos tempos de Congresso, isolado e cheio de ódio e rancor. Deixa também, como legado, apoiadores armados que formam um grupo terrorista que só teve precedentes na democracia quando o próprio ex-militar conspirou contra o comando das Forças Armadas planejando um atentado contra adutora de água - que o levou à saída da vida militar e à entrada na política.

Bolsonaro terminará seu governo dois dias antes da data oficial, em fuga, enquanto apoiadores radicais aguardam um suposto discurso, que não deve acontecer. 

Em uma das últimas postagens, o perfil oficial afirma que o atual governo "colocou o Brasil no rumo certo". A última mentira de Bolsonaro, que acaba varrido e sai como pária ao encerrar esse triste capítulo de nossa História.

Não é segredo para ninguém que Bolsonaro passará por dias muito complicados a partir de 1° de janeiro de 2023. Após uma interminável lista de crimes cometidos durante seus quatro anos de “governo”, assim como por parte de seus aliados mais próximos, além da pecha de “genocida” que se espalhou por todo o Brasil e pelo mundo. 

Não se sabe ao certo de onde veio a ideia de abandonar o país a 72 horas da posse do novo governo. Que ele não participaria da cerimônia para pôr a faixa no peito de Lula, todos já tinham sido avisados. Mas de repente surge a notícia de que ele embarcará, usando o avião presidencial, para os EUA. Ele ficará lá hospedado como convidado no resort de

Donald Trump, para passar a hora da virada do ano e da festa do petista na rampa do Palácio do Planalto na companhia de seu guru, que também perdeu a eleição, questionou o resultado, insuflou seus radicais a praticar terrorismo e agora vive a falar imbecilidades para essa franja de aloprados. O brasileiro é quase um cosplay político do norte-americano. Só que Bolsonaro desistiu e mandou avisar que ficará num condomínio de brasileiros na rica zona turística do sul dos EUA, sentindo o calor e o afeto dos golpistas encastelados na terra do Tio Sam.

Uma fuga de Bolsonaro após o fim do mandato é cogitada há muito tempo. No entanto, muitos analistas, talvez levando em consideração o histórico de outros líderes fujões pelo mundo, pensaram que o brasileiro esperaria a passagem da faixa para, então, sair subitamente. No entanto, se uma escapada ocorrer, será no modelo Alberto Fujimori, o ditador peruano que em 2000 embarcou num voo presidencial para o Brunei, para um compromisso oficial, e de lá foi para o Japão, de onde mandou um abraço e abandonou o cargo para se livrar da cadeia. Demorou um pouco, na verdade sete anos, mas ele acabou sendo mandado de volta para Lima, após se instalar no Chile e ficar por lá 22 meses, de onde foi extraditado, para ser julgado.

Isso tudo não indica que Bolsonaro não voltará por vontade própria ao Brasil após alguns dias. Há quem veja na ida de seu filho Carlos, o mais reacionário e tresloucado do clã, para o mesmo destino (ele embarcou no Natal para Atlanta, também nos EUA) uma espécie de “deserção” (já que a família gosta tanto de jargões da caserna). Por outro lado, o fato de Michelle ficar no Brasil seria um indicativo de que não há fuga alguma.

O jornalista Jamil Chade, do UOL, produziu uma reportagem há poucos dias falando das dificuldades que se instalariam na hora de punir Bolsonaro caso ele fique de vez nos EUA. A matéria aborda mais aspectos relacionados às acusações levadas à corte internacional de Haia contra o quase ex-presidente brasileiro. Em resumo bem sucinto, de lá seria muito difícil dar sequência nos processos que ele enfrentará aqui no Brasil e praticamente impossível extraditá-lo para Tribunal Penal Internacional (TPI).

Diante de tantas questões que impedem uma resposta clara e objetiva, o que pode ser dito por ora é que a chance de Bolsonaro ficar por lá, usando um discurso cínico e ao mesmo tempo delinquente para fomentar ainda mais sua violenta matilha, é grande, mas ele também poderá sentir a temperatura dos primeiros dias do governo Lula para então decidir voltar e, talvez, reunir sua esposa e filha e então tentar sair do país outra vez. Por sua personalidade, fica difícil acreditar que ele permaneceria no Brasil esperando que a Justiça batesse à sua porta para levá-lo à cadeia.

Com informações da Forum

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