Outros Temas

A Papuda está cheia de ratos

Penitenciária de Brasília está infestada pelo roedor

  • domingo, 8 de novembro de 2020

Foto: Correio BrasilienseRatos
Ratos

Interditado devido à fuga de 17 detentos, um dos setores do Bloco 1 do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda está infestado por ratos. Um funcionário do presídio que preferiu não se identificar relatou que os animais circulam pela Ala C há pelo menos três anos. No entanto, a situação agravou-se desde a desativação dessa área do prédio, de onde os internos fugiram em outubro. "Eles (os ratos) andam em bando e, agora, nós estamos com uma a área interditada que virou um criadouro deles", contou o servidor ao Correio Brasiliense.

Fotografias feitas no CDP mostram os roedores circulando livremente no pavilhão durante a noite. Inclusive em locais onde há internos. As alas destinadas a presos comuns e a detentos LGBTQIA+ ficam no Bloco 1. Elas são as mais afetadas pelo problema."É impossível contar o número de ratos. Há centenas deles, em especial no Bloco 1. A presença desses animais deixa o ambiente completamente insalubre. Rato é sinônimo de sujeira e imundície", afirma o denunciante.

O presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal (Sindpen-DF), Paulo Rogério da Silva, afirmou que uma fornecedora de alimentos seria a principal responsável pela propagação dos animais. "A empresa entrega a xepa (comida) em caixas que são colocadas no chão do bloco. Então, o cheiro e a comida que cai no piso atraem os animais. São três mil refeições colocadas no chão", detalha.

Após a chegada dessas refeições, um interno tem a função de distribuir o alimento para os demais. No entanto, há funcionários da Papuda que desaprovam o trabalho da empresa, por considerá-lo insalubre para os detentos e servidores. Segundo os relatos, a quantidade de ratos triplicou desde que precisaram esvaziar a Ala C devido à fuga.

A reportagem tentou contato com a empresa responsável pela alimentação dos internos e com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-DF), mas, até a última atualização desta matéria, não teve retorno. 

Fuga

A fuga de 14 de outubro, do Blovo 1, foi considerada a maior dos últimos 10 anos no sistema prisional do DF. Com o auxílio de uma espécie de faca artesanal produzida pelos próprios presos, 17 internos cavaram, por quatro dias, um buraco no telhado. Eles fugiram pelo teto do CDP durante a madrugada.

Câmeras do circuito interno de segurança gravaram o momento em que os detentos saíram por um buraco e desceram o prédio com o auxílio de uma corda formada por panos, conhecida pelos custodiados como "tereza".

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) abriu um procedimento interno para apuração da fuga e da origem da faca artesanal.

Foto: Correio BrasilienseRatos
Ratos

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: