Eleições 2022

A consolidada vitória de Lula em quase todos os segmentos da pesquisa Datafolha

Lula não apenas tem chance de vencer no primeiro turno como está forte em setores onde, em outras eleições, não era tanto

  • sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Foto: Ricardo StuckertLula em BH
Lula em BH

Por Miguel do Rosário, jornalista, no Cafezinho

A tchutchuca do centrão está levando uma surra de couro.

Segundo o Datafolha divulgado nesta quinta-feira (18), Lula se mantém na liderança isolada, com 47% dos votos totais, 15 pontos à frente de Bolsonaro, que subiu para 32%.

O crescimento de 3 pontos de Bolsonaro era esperado, porque ele está chupando as últimas gotas de sangue dos setores antipetistas da terceira via. Até mesmo eleitores do Ciro mais à direita começaram a migrar para Bolsonaro. O pedetista perdeu 1 pontinho, e estacionou em 7%.

Na próxima volta do parafuso, porém, o sangue de Ciro deverá se transferir para Lula, visto que a maioria de seu eleitorado ainda é progressista.

Lula também mantém uma confortável distância na espontânea, onde cresceu 2 pontos e chegou a 40%. Bolsonaro também cresceu 2, foi para 28%. Ciro Gomes oscilou 1 ponto para baixo e agora tem 2%.

Num eventual segundo turno, também houve consolidação e Bolsonaro reduziu a diferença, mas ainda continua muito atrás. Lula tem 54% contra 37% para a tchutchuca do centrão, 17 pontos de vantagem.

A oscilação de Lula está dentro da margem de erro.

O Datafolha divulgou ainda pesquisas nos três principais colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas e Rio.

Lula vence nos três.

Vence em São Paulo, com uma vantagem considerável, de 13 pontos: 44% X 31%.

Vence em Minas, com impressionante vantagem de 20 pontos, 49% X 29%.

Vence no Rio de Janeiro, por 41% X 35%, seis pontos de diferença.

Há mais boas notícias para Lula.

Com exceção de Minas Gerais, onde Kalil ainda enfrenta dificuldades para avançar,  os candidatos apoiados por Lula em São Paulo e Rio de Janeiro registraram ótimas pontuações no Datafolha.

A campanha de Fernando Haddad vem se desenvolvendo com força impressionante. O petista já tem 38% dos votos totais, o que é bem mais do que os votos somados de Tarcísio (16%) e Garcia (11%). A essa altura, já era para Tarcísio ter crescido mais.

No Rio de Janeiro, Marcelo Freixo aparece empatado tecnicamente com Claudio Castro, em 23% X 26%, neutralizando o efeito negativo dos números divulgados hoje pela Quaest, que davam 25% para Castro e apenas 19% para Freixo. Num eventual segundo turno, ambos seguem empatados, com Castro pontuando 39% e Freixo 38%.

Em Minas Gerais, todavia, Zema ainda lidera isoladamente, com 47%, o que poderia lhe valer uma vitória em primeiro turno; Kalil, o candidato de Lula ainda segue atrás, com 23%.

Entre os evangélicos, Bolsonaro lidera com 49%, mas Lula mantém um percentual expressivo, de 32% dos votos totais, confirmando uma tese nossa de que vem se consolidando um núcleo evangélico lulista, que será estratégico para combater e neutralizar fake news vinda do bolsonarismo religioso.

O Datafolha também apurou o voto entre católicos; neste segmento, Lula mantém sua hegemonia, com 52% dos votos totais, contra 27% de Bolsonaro.

Esses percentuais significam que Lula é mais forte entre católicos do que Bolsonaro é entre evangélicos.

A pesquisa ainda traz os números por região, e o Datafolha revela que, surpreendentemente, Lula ganha no Sul, com 43% das intenções de voto, 4 pontos à frente de Bolsonaro.

No Sudeste, região que tem 66,7 milhões de eleitores, e responde por mais de 43% do eleitorado nacional, Lula aparece em primeiro lugar com força, atingindo 44%, contra 32% de Bolsonaro.

No Nordeste, que tem 42,39 milhões de eleitores, ou 27% do eleitorado, Lula tem 57% dos votos totais, contra 24% de Bolsonaro e 8% de Ciro.

Quando se olha para a renda, o Datafolha confirma uma tendência vista em outras pesquisas, de um verdadeiro levante popular contra Bolsonaro: o petista tem 55% dos votos totais entre famílias mais pobres, com renda até 2 salários, contra 23% de Bolsonaro e 7% para Ciro Gomes.

Segundo o Datafolha, esse extrato corresponde a 53% de todo o eleitorado.

No segundo grupo de renda, que ganha entre 2 a 5 salários, Bolsonaro tem um desempenho bem melhor, 41%, mas Lula segue encostado nesse segmento, com 38%. Esse extrato responde por 33% do eleitorado.

Já os eleitores com renda entre 5 e 10 salários, que respondem por apenas 7% do total de brasileiros registrados no TSE, se inclinam mais para Bolsonaro, pois 47% preferem Bolsonaro, 34% Lula, 7% Ciro e 4% Tebet.

O grupo mais rico, com renda familiar acima de 10 salários, representa 3% do eleitorado; nesse extrato, Bolsonaro e Lula seguem empatados, em 43% X 40%; Ciro e Tebet correm por fora, com 6% e 4%, respectivamente.

Conclusão

É o massacre da serra elétrica.

Lula consolidou sua liderança, com percentual suficiente para vencer no primeiro turno. Mas não só isso. O petista está forte em setores onde, em outras eleições, ele não era tão forte, como no estado de São Paulo e entre os mais instruídos.

No segundo turno, Lula ganha nas duas maiores regiões do país. No Nordeste, vence por 65% X 25%, e no Sudeste por 52% X 37%. Há empate no Sul, com Lula atingindo 47% e Bolsonaro, 45%. No Norte, Lula tem 46% contra 48% Bolsonaro. No Centro-Oeste, Lula pontua 47% e Bolsonaro 48%.

Outro ponto importante na pesquisa é a força de seus palanques em quase todo país.

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