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Jornalista

Sérgio Fontenele

Jornalista

Política Econômica é incapaz de evitar a recessão

Foto: google imagemBrasil na recessão
Brasil na recessão

O Brasil está à beira do abismo. Essa frase tem uma relação direta, de causa e efeito, com a ascensão do presidente Jair Bolsonaro e seu governo de desmonte do estado brasileiro, crescentemente autoritário, destruição ambiental, geração de desemprego e recessão econômica. Portanto, a frase tem sido repetida com cada vez maior frequência, em relação aos mais variados aspectos, diante da tremenda crise política vivida pelo País, atualmente, recessão da economia e outros pavorosos cenários político-administrativos, democráticos, etc.

Um dos quadros mais preocupantes não poderia deixar de ser o econômico, com desemprego crescente – a mais recente avaliação estatística apontou mais de 13 milhões de desempregados, fora os cerca de 21 milhões na informalidade – e economia entrando em modo de paralisia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta se esconder da realidade dos resultados de sua política, por trás da promessa da aprovação da atual reforma da previdência, que passou na Câmara dos Deputados e tramita no Senado Federal.

De acordo com o discurso oficial, após a aprovação definitiva da tal reforma da previdência – que, na verdade, pretende retirar, em 10 anos, cerca de R$ 1 trilhão da aposentadoria do povo brasileiro, e entregar para o mercado financeiro –, a economia vai deslanchar, voltando a crescer com vigor e gerar empregos. Nada mais falacioso. É pouco crível a promessa em torno da expressão “reforma da previdência”, supostamente mágica. Com efeito, a aprovação da proposta não vai fazer a economia acelerar e crescer o Produto Interno Bruto (PIB).

Reforma não gera crescimento

A perversa reforma da previdência, portanto, não possibilitará a geração de emprego. Condicionar o crescimento econômico à reforma é mais uma mentira, entre as inúmeras repetidas por esse governo, especialmente pelo respectivo mandatário-mor. Até os economistas do mercado afirmam que a pura e simples aprovação da matéria não será suficiente para impulsionar a economia. Esses profissionais, durante os governos do PT, atuavam como tradicionais profetas do apocalipse econômico, verdadeiras aves de agouro.

Quem não seguisse o receituário neoliberal ou ultraliberal, era chantageado pelos economistas do mercado, que passavam o tempo inteiro falando em colapso, se não se fizesse um certo ajuste fiscal, baseado em cortes drásticos de gastos, redução do estado, desregulação, privatizações em larga escala, reformas, etc. Pois bem, passados mais de três anos da deposição da presidente Dilma Rousseff, com toda a política econômica sendo direcionada para esse receituário, a economia encolheu drasticamente e volta a entrar em recessão.

Portanto, não dá mais para culpar o governo petista pela situação atual, com dois trimestres seguidos de retração – os dois primeiros do ano –, sendo, no primeiro trimestre, um recuo de 0,2%, e no segundo, prováveis 0,3% de queda, configurando recessão técnica. O pior é que o cenário internacional, desta vez, se desenha recessivo, em consequência, entre outros fatores, da guerra comercial entre EUA e China, e deve contribuir para o agravamento do panorama brasileiro, sem investimentos, empregos, atividade e perspectivas.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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