Pensar Piauí
Jornalista

Sérgio Fontenele

Jornalista

O grande impacto político do Consórcio Nordeste

Foto: CCOMReunião Governadores
Reunião Governadores

A nova reunião dos governadores nordestinos, desta vez, em Teresina (PI), serviu para fortalecer e dar maior solidez ao Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, o Consórcio Nordeste, pelo ineditismo e importância deste movimento, não apenas para a região, mas todo o País. A integração dos governadores nordestinos é importante, sim, para intensificar o sentimento de integração generalizada dos nove estados, como não se viu anteriormente ao longo de toda a história do Brasil.

E essa união, de caráter político-administrativo, se dá em todos os aspectos, inclusive no que se refere à afirmação da cultura e do sentimento de “nordestinidade” ou “paraibanidade”, como declarou o governador do Estado da Paraíba, João Azevêdo. Chamou a atenção a postura equilibrada, responsável e propositiva desses gestores públicos, cuja região tem sido alvo de ataques incendiários, de cunho ideológico, por parte do presidente Jair Bolsonaro, cujo preconceito em relação ao Nordeste é constante e publicamente externalizado por ele. 

O antídoto a esse ódio, no entanto, vem sendo buscado. De fato, não é interessante responder, na mesma moeda, o tiroteio do poder central. Isso agrava o já conflagrado ambiente de polarização política, alimentado pelo Palácio do Planalto, e que só serve, na verdade, aos instintos e impulsos destrutivos do bolsonarismo, força que representa a extrema-direita. O conflito generalizado, a guerra contra tudo e todos, interessa ao fascismo e seu pendor antidemocrático e deletério quanto ao País, seu meio ambiente, sua economia e sociedade.

Racionalidade e comprometimento

A resposta, portanto, deve ser forjada pela racionalidade e comprometimento com a construção e o fortalecimento nacional. A posição dos governadores do Nordeste delineia um forte contraste com o obscurantismo, a irresponsabilidade e insensatez de quem hoje detém o poder, pretensamente ilimitado e cada vez mais aparelhado, em função de motivações ideológicas e interesses pessoais, nepotistas, de locupletação familiar, dos amigos, etc. Não são poucas as vozes que apontam a milícia entre os grandes beneficiários da hora.

A Carta de Teresina surge como contraponto da atual barbárie, apresentando iniciativas progressistas e desenvolvimentistas, que ratifica uma agenda para obter, entre outros pontos, investimentos através projetos integradores a serem apresentados na segunda quinzena de novembro a países da Europa. De acordo com o governador da Bahia, Rui Costa, presidente do Consórcio Nordeste, serão buscados, de forma direta, investidores em países, como a Alemanha, França, Espanha, Itália e Portugal, sem a interferência ou interveniência federal.

Nada mais natural, considerando o quadro de perseguição, promovida por Brasília, contra aqueles que fazem oposição ao presidente ou são considerados seus inimigos. Os pontos a serem levados aos europeus foram deliberados, política e administrativamente, e giram em torno de áreas estratégicas, como internet, energia e infraestrutura, com grande potencial de crescimento econômico, geração de empregos, renda e inclusão social. O Consórcio Nordeste surge com força e causa grande impacto político, no Brasil e no mundo.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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