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Jornalista

Sérgio Fontenele

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Mais uma operação midiática da Polícia Federal

Foto: google imagemPolícia Federal fez busca e apreensão no Palácio de Karnak
Polícia Federal fez busca e apreensão no Palácio de Karnak

A operação de busca e apreensão denominada “Satélites”, realizada pela Polícia Federal (PF), no Palácio de Karnak, na Secretaria da Educação e Cultura (Seduc) e Secretaria da Infraestrutura, é, para além da função meramente investigativa, mais um episódio sensacionalista, midiático, destinado a ameçar e desmoralizar autoridades. Causou espécie o trabalho de busca e apreensão no Palácio de Karnak, a sede do Governo do Estado, com a cobertura ao vivo das emissoras de TV e demais equipes de reportagens de veículos de comunicação.

Mesmo não havendo nenhuma investigação contra o governador Wellington Dias e a primeira-dama, a deputada federal Rejane Dias (PT), a incursão de agentes da PF no Palácio de Karnak tem o evidente objetivo de tentar desmoralizar o governador ou ao menos lançar um certo manto de suspeitas sobre ele. O modus operandi é o mesmo consagrado na Operação Lava-Jato, sempre atuando coordenadamente com setores da imprensa, de modo a causar o maior impacto possível e no mínimo desgastar autoridades que não são objeto de investigação.

O Governo do Estado, portanto, considerou que a Operação Satélites, com sua espetacular “visita” à sede do Executivo, tem efeito puramente midiático, já que ninguém que trabalha no Karnak está sendo investigado. De acordo com a Coordenadoria de Comunicação Social (CCOM), os agentes que efetuaram a ação de busca e apreensão no Palácio de Karnak não levaram nada ligado à pessoa investigada. Em nota oficial, o Governo do Piauí descreveu que os agentes foram ao palácio de maneira “simbólica”.

Mensagem de perseguição

Acertadamente, o governo observou que foi uma operação para passar uma mensagem de perseguição, já que as investigações em curso são direcionadas para empresários que fraudaram licitações e alguns servidores públicos. Fontes oficiais do Estado informaram que a PF confiscou um CD, três pen-drives, a lista de efetivo que trabalha no local e um notebook, que não é da pessoa investigada. A respeito da operação, o governo informa que não há investigação contra o Estado.

Ainda segundo o governo, “o processo investiga empresas e servidores, a quem cabe o legítimo direito de defesa”. Em nota oficial, afirmou que o “Estado é parte interessada no processo e sempre agiu de forma colaborativa, fornecendo todos os documentos, dados e informações solicitadas”. E completou: “nada do que foi entregue na operação deixaria de ser entregue, bastando comparecer e requisitar”. “Mais uma vez lamentamos o caminho do espetáculo”, registrou o governo, em nota oficial.

“A operação de busca e apreensão realizada pela polícia no interior de repartições públicas, que não são objeto da investigação, com cobertura midiática ao vivo, atenta contra o Estado de Direito, pilar da Constituição Federal, podendo caracterizar claro abuso de autoridade. O Governo do Estado reafirma seu compromisso com a transparência e continuará repassando documentos e informações solicitadas e, mais do que qualquer outro, tem interesse na elucidação dos fatos, porém com respeito à lei.”

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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