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Jornalista

Sérgio Fontenele

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Esquerda volver, na América Latina!

Foto: Google ImagensAmérica Latina dando meia volta na política
América Latina dando meia volta na política

A política econômica neoliberal - ou ultraliberal - do ministro da Economia, Paulo Guedes, inspirada em exemplos trágicos implantados na América Latina, vai fracassar. Já está fracassando. Afinal são quase 10 meses de governo Bolsonaro, sem crescimento algum, com a manutenção de cerca de 13 milhões de trabalhadores desempregados. Permanecem na informalidade talvez 30 milhões de desocupados ou desalentados, na luta desesperada para sobreviver. E a dupla Bolsonaro e Guedes nada fez, e não fará.

São pelo menos 60 milhões de endividados, com o nome sujo no malfadado sistema denominado Serviço de Proteção ao Crédito/Centralização de Serviço dos Bancos (SPC/Serasa). E não há perspectivas de reverter essa situação. Muito menos numa conjuntura dominada pelo neoliberalismo violento de Guedes, com a complacência, desconhecimento e prevaricação do presidente Jair Bolsonaro. A política econômica do ministro deverá fracassar, não pela torcida oposicionista contra.

O fracasso se anuncia muito menos por uma praga rogada, com motivações político-ideológico-partidárias, contra quem detém o poder, mas através de projeções baseadas na constatação fática de que o modelo neoliberal não tem como ser bem sucedido. Nem mesmo do ponto de vista capitalista. Pois trata-se de uma política econômica que concentra renda e aprofunda desigualdades humanas e sociais. O neoliberalismo gera miséria e expande pobreza. Isso aconteceu em todos os países que o abraçaram.

Colapso e convulsão social

O exemplo apresentado como bem sucedido, por Guedes, que sonha avidamente copiar e instalar no Brasil, levou o Chile ao colapso e à convulsão social. Relegado ao abandono, com velhinhos recebendo aposentadorias que mal dá para comer, altíssima concentração de renda e empobrecimento inclusive da classe média, o povo do Chile incendiou o país. A capitalização da aposentadoria dos chilenos se revelou catastrófica, apocalíptica, e, após tantos mortos, torturados, presos, feridos e estuprados, nos confrontos de rua, o presidente do Chile pediu desculpas.

Sebastían Piñera, encurralado, não foi desculpado pela população do Chile, que continua derramando sangue, nas praças e masmorras dos aparelhos oficiais de repressão militar. É uma luta por direitos e garantias sociais e humanas, individuais, uma sociedade menos desigual e com mais oportunidades para todos. Piñera dificilmente, conseguirá se manter no poder. E uma nova Carta Magna terá que ser promulgada em substituição à sinistra Constituição do ditador Augusto Pinochet.

No Equador, a mesma situação caótica, com o povo protestando e sendo massacrado pelas forças armadas, num cenário de guerra. Mais uma consequência da implantação do neoliberalismo, a mando do Fundo Monetário Internacional (FMI). A resposta a tudo isso, que o governo quer instaurar no Brasil, está sendo dada nas urnas, democraticamente, na Argentina, com a eleição, no primeiro turno, consagrando o presidente Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner. A esquerda responde ao maldito neoliberalismo.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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