Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

Ensino híbrido na pandemia

Foto: DivulgaçãoEnsino híbrido

No Brasil, o ensino híbrido é uma necessidade circunstancial de saúde pública - a pandemia -, que se tornou um desafio à formação dos profissionais da educação e um caminho pedagógico irreversível para a pós-pandemia. Nessa modalidade de ensino se busca valorizar o protagonismo dos estudantes, através da autonomia e o desenvolvimento do aprendizado colaborativo entre os alunos e os profissionais da educação, para compartilharem os seus conhecimentos, utilizando, também, tecnologias digitais.

Com a pandemia, o ensino híbrido está em destaque por ser uma tendência e um legado para a educação brasileira. Mas, por enquanto, só há condições sanitárias para implementar o ensino semipresencial, pois a maioria das redes públicas e privadas sequer reestruturou os prédios escolares ou fez a formação continuada em ensino híbrido com os profissionais da educação. No ensino híbrido existem diferentes modelos para colocar a metodologia em prática em um plano de ensino, unindo elementos do presencial e do online.

A educação no modelo de ensino híbrido se vale da vivência presencial nas instituições de ensino, bem como de atividades educativas realizadas fora do ambiente escolar – p.ex. a participação em fóruns virtuais de discussão temática. O ensino híbrido é uma opção para a retomada das atividades educativas, que difere do ensino remoto - onde a transmissão das aulas se dá em tempo real em plataformas de transmissão.

Numa pandemia, para que o ensino híbrido seja assertivo na aprendizagem é imprescindível que haja a formação dos profissionais da educação, a otimização das condições de trabalho e a elaboração de um plano de ações estratégicas que contemple, simultaneamente, todas as atividades que serão realizadas. Do contrário, será um engodo, precarizado e paliativo, com base no improviso e à toa.

O ensino híbrido possui duas principais categorias de modelos: 1) sustentado - mantém as características do ensino tradicional; 2) disruptivo - rompe totalmente com o ensino tradicional. O seu uso tem vantagens e desvantagens, que geram muitos desafios educacionais.

Por um lado, traz a possibilidade de estabelecer atividades no ambiente virtual, promove autonomia para os alunos, maximiza o aproveitamento das aulas e conteúdos, otimiza o tempo do professor, reduz os custos, aumenta o engajamento dos alunos, reduz a evasão, permite a adequação de várias metodologias de aprendizagem etc.

Por outro lado, o modelo de ensino híbrido exige extrema organização e competência técnica por parte dos profissionais da educação, bem como da cooperação dos alunos e familiares. Pois é ineficaz sem uma construção coletiva do aprendizado, sem a exploração de diferentes modelos mentais, sem a elaboração de cronograma de atividades e a divisão das ações presenciais e digitais, que devem ser executadas com eficiência técnica para potencializar as ferramentas de ensino.

Dentre os principais desafios estão: incentivar o engajamento dos profissionais da educação, famílias e sociedade; estabelecer o controle das distrações dos alunos dentro e fora do ambiente escolar; tornar as aulas presenciais, minimamente, atrativas; promover a qualificação profissional; efetivar o equilíbrio entre o modelo presencial e a distância.

Na pandemia, dentro do ensino híbrido, o modelo sustentado é o mais viável, pois conserva as características do ensino tradicional e a maioria das aulas são assistidas presencialmente, mas com a utilização de equipamentos para atividades em ambiente virtual tanto fora da sala de aula quanto dentro dela: a modalidade de ensino semipresencial.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS