Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

Demagogos e anticristos

Foto: InternetSemana Santa
Semana Santa


Para muitos cristãos – féis ao Cristo – a Semana Santa é uma tradição religiosa cristã que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Inicia-se no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição, no domingo de Páscoa. 

Ano após ano, no período da Semana Santa, comumente tem-se visto muitos gestores públicos corruptos falando heresias e escrevendo textos apelativos, baseados em retóricas, falsas emoções e sentimentalidade de amor ao povo. São demagogos falando de poder, caráter, moral, vitimização, humildade, dor, ambição, crueldade, covardia, vida e morte. Nada mais do que verborragia, falsos testemunhos e orgia de mentiras, do tipo: “trabalhando para o povo”; “o povo é o poder”; “a cidade é o povo”.

Em geral, as suas gestões são marcadas pela ineficácia, ilegalidade, corrupção, subversão, nepotismo, falta de transparência, ineficiência, atraso de salários, obras inconclusas. No Brasil, entre “os crimes contra a administração pública estão o exercício arbitrário ou abuso de poder, a falsificação de papéis públicos, a má-gestão praticada por gestores públicos, a apropriação indébita previdenciária, a lavagem ou ocultação de bens oriundos de corrupção, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, contrabando ou descaminho, a corrupção ativa e passiva, entre outros” (Código Penal, 1940).

A maioria da população dos mais 5 mil municípios brasileiros sofrem com gestões públicas incompetentes, mal intencionadas e predatórias – basta levantar a evolução patrimonial individual e familiar antes e depois da gestão  –, que usurpam os bens públicos, endividam e comprometem a vida de seus munícipes, deixando as cidades mergulhadas num caos administrativo e financeiro, com a conivência de parte das Câmaras Municipais também corruptas disfarçadas de representantes do povo.

Na prática, são gestões viciadas em se locupletarem do erário travestidos de “amantes povo”, com o objetivo de favorecerem si mesmos. Falam em Deus, fazendo o mal ao povo pobre; Rogam à misericórdia, atrasando os salários dos servidores públicos; clamam por justiça, oferecendo à população merenda escolar vencida; Vão às missas por fé na autopromoção; Fazem falsas promessas, desviando recursos de obras públicas, bradam solidariedade aos famintas, esbanjando a mesa farta. Enfim, suas práticas são contrárias à interpretação da Igreja sobre a Verdade ensinada por Jesus Cristo e contidas nos Escritos Sagrados.

Durante a Semana Santa, os demagogos saem às ruas apertando a mão do povo, distribuem falsos sorrisos e cestas básicas para fazerem self com os pobres e miseráveis. Transformam a demagogia – do grego, "arte ou poder de conduzir o povo" – numa forma de atuação política baseada no interesse em manipular ou agradar a massa popular. Fazem promessas que não são realizadas, visando apenas à conquista do poder político e/ou outras vantagens afins.

Geralmente, os demagogos usam a Semana Santa, não para a reflexão profunda, mas, como uma estratégia de condução político-ideológica do povo, utilizando-se de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, para proveito próprio. Assim, tentam manipular a maioria do povo pelo uso de falsos argumentos e senso comum perpassados com falácias, hipocrisia e beatice.

Portanto, os demagogos – poder de natureza tirânica ou imoral exercido em nome das multidões – são anticristos – aqueles que se oponham a Jesus Cristo –, que se enchem de falso populismo, fingindo amabilidade popular. Porém, onde há um Deus justo e povo crítico, demagogos não ressuscitam em eleições!

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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