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Jornalista

Sérgio Fontenele

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A festa acabou para Bolsonaro

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Pronunciamanto do Presidente

Por Sérgio Fontenele

Depois de sete meses de tolices, escárnio, crimes de responsabilidade e culto ao ódio para dividir o Brasil, o presidente Jair Bolsonaro foi obrigado a mudar, em cadeia nacional de TV aberta, sua postura arrogante, debochada, sarcástica. Seu pronunciamento teve o conteúdo direcionado a evitar que o País tenha grandes prejuízos comerciais, diante da iminência de sofrer embargos às exportações do agronegócio, especialmente as de carne. Pareceu ser uma atitude desesperada para reverter as consequências de sua irresponsabilidade.

Mas é muito provável que tenha sido em vão sua tentativa de escapar da imensa enrascada em que se meteu, mesmo anunciando ações das Forças Armadas para ajudar no combate aos criminosos incêndios da floresta amazônica, que está sendo destruída de forma alarmante. A destruição continua em curso na Amazônia, região duramente atingida pelo governo Bolsonaro, que bloqueou recursos - dezenas de milhões de reais - destinados à preservação dos ecossistemas da grande floresta, e implodiu o Fundo Amazônia.

Sua irresponsabilidade ambiental ficou evidente com a asfixia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), imobilizado, sem poder realizar seu trabalho, que é o de fiscalizar a região e combater os agressores da natureza. Grileiros, agropecuaristas, garimpeiros e traficantes de madeira de lei se viram completamente livres, à vontade, para praticar seus crimes, e isso só aconteceu por conta de uma política ambiental nefasta, lamentável, equivocada, implementada pelo atual ministro do Meio Ambiente.

Pavor na TV

O presidente, em frente à câmera, procurou mostrar que seu governo é efetivo, no que se refere à preservação do meio ambiente, mas o que mais impressionou foi o que deixou transparecer, em seu semblante, em suas apavoradas feições faciais. O intenso processo de devastação, provavelmente sem precedentes no que se refere a respectiva velocidade, se transformou numa crise internacional gigantesca, colocando contra a parede Bolsonaro, seu patético ministro Ricardo Salles e todo o governo.

Com isso, salta aos olhos a situação de isolamento mundial do País, a cada dia que passa mais descontextualizado de seu papel histórico e geopolítico. Dominado por uma estranha obsessão ideológica, o governo é o grande responsável pelo gigantesco crime ambiental, caracterizado pelo avanço do desmatamento, pelos incêndios florestais de grandes proporções, pelo crescimento da atividade do garimpo ilegal, pela invasão de reservas indígenas, entre tantas atrocidades.

A situação é tão grave, que já se sugere algum tipo de intervenção externa, o que seria impensável do ponto de vista da soberania nacional, diante da possibilidade de perder o território amazônico para as grandes potências. Enquanto o Ministério da Economia aperta o passo e se prepara para privatizar empresas como a Eletrobras e Petrobras, estratégicas para o desenvolvimento e auto-suficiência energética nacional, o caos anunciado se apresenta através de uma conjuntura desesperadora. A festa está acabando para Bolsonaro.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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