Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

A esperança voltou

Foto: DivulgaçãoLula emblemático
Lula emblemático

 

Depois da eleição presidencial mais violenta da história do Brasil, ao assumir pela terceira vez a presidência da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) traz consigo a esperança popular perdida há mais de quatro anos. Ele recebe uma sociedade dividida, uma economia fragmentada e um desmonte institucional inominável.

Pelo sufrágio universal – o direito de votar e ser votado –, bravamente, a democracia resistiu. Assim, Lula tem mais uma vez a chance de governar o país com uma ativa participação social, para reconstruir o Estado brasileiro a partir dos escombros deixados por um desgoverno de quatros anos – ele nunca mais! – pautado no obscurantismo.

Como o 39º Presidente da República Federativa do Brasil, Lula terá nos próximos quatros anos, por meio de uma gestão participativa, o grande desafio civilizatório de reestabelecer os direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a segurança, a previdência social, o lazer, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados (art. 6º, CF/88).

Além de representar a luta popular, Lula terá a missão de realizar uma reestruturação político-administrativo, governar em parceria com outras nações, para tirar o país da condição de párea na geopolítica internacional e permitir que milhares de brasileiros tenham o mínimo de três refeições diárias.

No plano político, o novo governo de Lula – o único brasileiro a ser eleito presidente do Brasil por eleições livres e transparentes – enfrentará um Congresso bastante conservador, com muitos ex-ministros do governo negacionista e figuras próximas ao terraplanismo ocupando cadeiras no parlamento. E mesmo assim, terá que governar com o objetivo de reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país diante das economias mundiais, reconduzindo o país à condição de ator relevante no cenário internacional.

Simbolicamente, o retorno de Lula à presidência do Brasil é, também, o retorno da esperança de dias melhores para o povo brasileiro. A esperança Pois, foram quatro anos com um ex-presidente ofuscado pelo poder que achava que poderia impor suas ideias à coletividade. 

A esperança que se quer, vem do verbo esperançar (de Paulo Freire), “porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. O esperançar é se levantar; é ir atrás; é construir; é não desistir!” Por exemplo, a esperança de retomar o protagonismo na discussão sobre direitos humanos e as posições que o país defendia no passado.

Com Lula na presidência, volta a esperança de enfrentar a desigualdade social e as discriminações, com saúde e educação de qualidade para todos, bem como romper com as diferentes formas de violências no país. A volta de Lula à presidência é relevante, pois põe fim a um governo desastroso, sem força política nem legitimidade. Um governo que se serviu do país apenas para saciar os seus interesses e realizar suas ideias, através de discursos de ódio, fake news, negacionismo e desmonte institucional.

Agora, que a esperança voltou ao Brasil, é preciso reivindicar um governo justo, inclusivo e democrático, com uma gestão participativa, para que o povo brasileiro volte a sonhar e a viver num país melhor para todos, sem fome, sem miséria, sem revanchismo: um governo de união e reconstrução do país.

Portanto, o desejo popular é ver Lula governar o país com uma finalidade comum: possibilitar que os brasileiros tenham os meios necessários para viver mais, morrer menos, com a possibilidade de geração de riquezas para o Estado. O povo já fez parte do serviço: derrotou nas urnas um desgoverno, que se notabilizou como um descrente na democracia.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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