Wellington Dias, em nome dos governadores, apresentou um conjunto de reivindicações importantes. É notória a crítica situação fiscal dos estados, já que a grande maioria está com as finanças quebradas, e diante de um quadro como esse, é urgente tomar medidas, por parte da União, para ajudar as unidades da Federação.
A impressão é a de que Bolsonaro e seus ministros não estão nem aí para os estados. Em resposta à pauta de reivindicações apresentadas, o silêncio de quem ignora seus interlocutores. O presidente não deu qualquer resposta às demandas dos estados.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se limitou a prometer um retorno daqui a uma semana. Foram desdenhadas propostas como um plano federal para restabelecer o equilíbrio fiscal dos estados? E o desejo de renovar o pacto federativo, com base na descentralização dos impostos?
Pelo visto, o Governo Federal não quer saber de discutir um novo pacto federativo. Mais do que isso, os sinais indicam que o governo Bolsonaro ignora os estados, sobretudo os do Nordeste. A frustração de Wellington Dias e seus companheiros aumenta as angústias em torno da crise fiscal.
Essa crise é agravada pela recessão da economia, que por sua vez, é prejudicada pela crise política, num ciclo vicioso que paralisa e empobrece o País. E a crise política não será resolvida ou minimizada enquanto o atual governo continuar botando fogo no Brasil. A cada dia, o governo Bolsonaro abre um novo flanco de conflito contra tudo e todos.
Os acontecimentos e atitudes do governo federal estão sempre gerando instabilidade, interna e externa, e isso não é bom. Afastar-se dos governadores – mesmo os de oposição – pode não ser negócio interessante para o bolsonarismo. Ainda que o presidente acredite ter poderes imperiais para governar sem cooperação política.
Vejam o olhar de Bolsonaro para o governador maranhense, Flávio Dino