“Voto em Bolsonaro, pra mim ele é número 1 em honestidade”, diz Dr. Pessoa

Sobre a relação com Ciro Nogueira, Dr. Pessoa foi taxativo: "só não quero dinheiro sujo"

Foto: Divulgação
Dr. Pessoa

Em entrevista de mais de duas horas concedida ao podcast apresentado pelo jornalista Ieldyson Vasconcelos, chamado de Ielcast, o prefeito de Teresina Dr. Pessoa (MDB) fez boas revelações sobre os primeiros meses da sua gestão na administração municipal e disse que agora está colocando a sua “essência” para trabalhar. “Acharam que eu era um Zé Mané e começaram a tramar armadilhas”, declarou informando ainda que eram pessoas próximas a ele.

Numa clara tentativa de construção de imagem, a entrevista reforça o lado simplista do político - embora releve um caráter altamente astucioso, de quem cola na prova para ser aprovado e namora a cozinheira para não passar fome - e também tenta desmistificar sua relação com o seu vice, o delegado federal Robert Rios Magalhães. “Quem manda na prefeitura é o senhor ou o Robert?”, pergunta o jornalista. Ele responde rapidamente: “rapaz, essa pergunta não foi inteligente, não”.

É nesse tom embaraçoso que segue a entrevista com perguntas sendo o tempo todo reelaboradas ou feitas com uma clara tentativa de gerar repostas. Assim, Dr. Pessoa ressalta por diversas vezes as qualidades de Robert Rios - eloquência e cultura - e o chama até de irmão mais novo, como sugere o jornalista. “Ele não dá um passo sem me consultar. Até pra colocar um gari ele fala comigo”, afirmou. Ai rapidamente releva: “Ele nem senta na cadeira dele e vai lá na minha”.

O prefeito já anuncia um governo diferente a partir de outubro deste ano, com vistas a 2022. “Deus quer e eu quero e a equipe já está sentindo isso”. E aí critica a mesma eloquência que percebe em seu vice Robert Rios: “Eu prefiro ter um coração forte, humano, dedicado às pessoas, que ter eloquência”.

Pessoa assume que hoje votaria em Bolsonaro para presidente do Brasil e lamentou que ele sai “muito da estrada”. “Voto por uma coisa: pra mim ele é número 1 em honestidade”, afirma ele, que ironicamente é médico e não vê grandes problemas na questão da compra de vacinas. Mas reforça: “nunca acreditei em cloroquina!”.

Quanto ao cancelamento da vinda do presidente à Teresina, o prefeito contou que ele mesmo o orientou a não vir. “Eu que o receberia. O presidente é muito a vontade, não usa máscara. Então imagine: ele estava lascado e eu, principalmente”, afirmou por conta da presença da variante indiana em Teresina, o que oficialmente nem foi divulgado.

No podcast, o líder do Executivo ainda responde aos questionamentos de Ieldyson sobre a relação com Ciro Nogueira (“só não quero dinheiro sujo”) e o ex-ministro João Henrique (“pensava que eu era o Zezinho da Lagoa da Roça”), fala da morte do ex-prefeito Firmino Filho (“se é que ele se suicidou”), diz que seu secretário de Comunicação Lucas Pereira é fantástico (“só não tem maturidade”), brinca que aprendeu comunicação com o jornalista que o entrevista, e disse que se sentia na famosa casa da Dinda, elogiando o café (e o vinho) que lhe foi oferecido.

Num resumo quase que geral, poderíamos dizer que o prefeito se revelou um Zé Mané que sabe o que quer. E quanto ao vice, Robert Rios, não é ele que manda mas é ele quem fica, caso Dr. Pessoa lance candidatura ao Governo do Estado em 2022, o que já se ensaia até mesmo em discurso, embora ele repita como quem foi bem ensinadinho: “o foco é Teresina, Teresina, Teresina!”.

E como ele mesmo diz: "Um abraço do Dr. Pessoa e durmam com Deus!".