A repressão policial a uma manifestação de aposentados na Argentina gerou grande indignação nesta quarta-feira (12). O ato, que aconteceu nas proximidades do Congresso Nacional, reuniu milhares de pessoas protestando contra os cortes nas aposentadorias promovidos pelo governo de Javier Milei. A manifestação teve o apoio de torcidas organizadas de clubes de futebol de todo o país, que se uniram aos aposentados em solidariedade contra a violência policial direcionada a esses protestos.
A polícia utilizou balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra os manifestantes, muitos deles idosos. Em reação à repressão, alguns manifestantes lançaram pedras e fogos de artifício, enquanto um veículo policial foi incendiado. Pelo menos 31 pessoas foram detidas, de acordo com as autoridades.
Esses protestos, que ocorrem semanalmente há anos em busca de melhores condições para os aposentados, se intensificaram nos primeiros meses da presidência de Milei. Desde sua posse, os aposentados têm enfrentado uma significativa perda de poder aquisitivo devido à alta inflação, além do veto presidencial ao aumento das aposentadorias. Os manifestantes também exigem a retomada da distribuição gratuita de medicamentos e a renovação das moratórias de aposentadoria, que estão prestes a expirar.
Grupos de torcedores de clubes como River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing e San Lorenzo se uniram à manifestação. O governo tentou desmobilizar a participação dos torcedores, ameaçando bani-los dos estádios caso causassem distúrbios.
Durante o protesto, os cânticos contra o governo se espalharam pelas ruas de Buenos Aires, com frases como "Milei, lixo, você é a ditadura!" e "Que saiam todos!" sendo entoadas pelos manifestantes, que também ocuparam a Plaza de Mayo, um tradicional símbolo de resistência política na Argentina.