Vereadores e deputados destinam dinheiro do Executivo para outros setores do Sistema de Saúde que não o público

Além de oferecer ajuda com o chapéu alheio ainda propagandeiam o “ato de humanidade”

Foto: Oitomeia
Eles oferecem ajuda com o chapéu alheio ainda propagandeiam o “ato de humanidade”

Vereadores de Teresina e deputados estaduais do Piauí tem usado as redes sociais para informar que destinaram suas emendas para a saúde. Aí, enumeram os beneficiários - geralmente hospitais filantrópicos.

Ora, o que é uma emenda parlamentar?

É um dinheiro do orçamento público (prefeitura/estado), que o executivo coloca à disposição para que o Parlamentar destine para obras/ações que julgar necessário.

Portanto, emenda parlamentar é dinheiro público de prefeituras e governos.

Vivemos a pandemia do coronavírus. E de quem se cobra a imediata ação de saúde?

Do presidente, de governadores de prefeitos. Como no Brasil só temos governadores e prefeitos é deles a ação primeira de combate à pandemia.

No caso local, Firmino Filho, prefeito de Teresina; e Wellington Dias, governador do Piauí, se viram para enfrentar a situação.

O governador fala de criar leitos extras no Verdão e o prefeito em prédio da Frei Serafim. Faltam EPI e testes para a população. Os recursos são escassos. E o que fazem os parlamentares?

Destinam dinheiro do Executivo para outros setores do Sistema de Saúde que não o público. Estes senhores e senhoras deveriam abrir mão de suas emendas retornando-as aos respectivos Executivos. Mas, não! Além de oferecer ajuda com o chapéu alheio ainda propagandeiam o “ato de humanidade”.

Que a sociedade crie campanhas para ajudar organizações de saúde filantrópicas e privadas é correto. Agora, parlamentares têm o dever primeiro de pensar, no caso do coronavírus, na saúde pública.