Gabriel Monteiro (PL-RJ) foi cassado pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (18).
Sua cassação teve o placas de 48 votos a favor e apenas dois contrários. Carlos Bolsonaro absteve-se. Bastariam 34 votos para que sua exclusão fosse aprovada, o que representa quórum de 2/3.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa já havia aprovado por unanimidade o parecer pela cassação na semana passada. O relatório, de responsabilidade do também vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) definiu as condutas de Monteiro como “deploráveis”, citando os vídeos, as denúncias de sexo contra menores de idade e os assédios contra ex-funcionários.
Alencar, aliás, revelou ter sofrido ameaças virtuais coordenadas por Monteiro dias antes da leitura do relatório.
Eleito em 2020, o youtuber é investigado sob suspeita de ter praticado sexo com uma adolescente e de forjar vídeos para seu canal. Em junho, foi denunciado por assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete.
Em sua defesa, apresentada na sessão desta quinta-feira, o agora ex-vereador disse que não há laudo comprobatório da agressão sexual e que não pode ser condenado apenas a partir do depoimento de uma pessoa.
“Infelizmente, algumas causas tão sérias estão sendo banalizadas para me atacar”, disse Monteiro, na Tribuna. “Poucas pessoas daqui me conhecem de fato. Meus ex-assessores estão aqui falando, gritando, mas no íntimo deles eles sabem que não sou pedófilo ou estuprador. Eu me tornei estuprador sem laudo, apenas com relatos de ter ficado com uma pessoa anos depois. Isso é justo senhores?”
Monteiro chegou à Câmara acompanhado por amigos e seguranças e abraçou apoiadores, que traziam consigo faixas com os dizeres “somos todos Gabriel Monteiro” e “Gabriel Monteiro guerreiro brasileiro”.
Por outro lado, manifestantes contrários também se fizeram presentes para protestar contra Monteiro, com palavras de ordem como “fora”, “estuprador” e “vai ser cassado”.
O vereador mantinha acusações que iam desde a disseminação de fake news até estupro, passando por assédio sexual de funcionários e pedofilia.
Monteiro é candidato a deputado federal no Rio de Janeiro.