Uma retrospectiva das bobagens de Bolsonaro e a pandemia

Desde as primeiras mortes registradas no país, o presidente apostou em um discurso negacionista e que minimizava a gravidade do vírus

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Genocida

Fonte: Revista Fórum 

Desde o início da pandemia do coronavírus, quando o país registrava seus primeiros mortos pela doença, o presidente Jair Bolsonaro apostou em um discurso negacionista e que minimizava a gravidade do vírus.

Incontáveis foram as vezes em que o mandatário classificou a Covid-19 como “gripezinha”, ignorando o cenário de morte e sobrecarga no sistema de saúde que diversos países do mundo já enfrentavam.

Além do discurso negacionista, Bolsonaro também investiu financeiramente e politicamente em medicamentos sem comprovação científica como principal ferramenta contra a Covid-19.

Apesar dos alertas das autoridades, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hidroxicloroquina passou a ser recomendada publicamente pelo mandatário como prevenção e tratamento da doença.

Confira as besteiras ditas pelo Presidente da República do Brasil:

Não vai ser ‘gripezinha’ que vai me derrubar

Durante entrevista coletiva realizada em 20 de março, três dias depois do Brasil ter registrado a sua primeira morte por Covid-19, o presidente deu a seguinte declaração:

“Depois da facada, não vai ser gripezinha que vai me derrubar, não. Tá ok? Se o médico ou o Ministério da Saúde recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário me comportarei como qualquer um de vocês aqui presente”.

Histórico de atleta

Quatro dias depois do comentário sobre a “gripezinha”, Bolsonaro repetiu a expressão, em pronunciamento em rede nacional, falando que não sentiria os efeitos da doença por um suposto “histórico de atleta”.

Não sou coveiro

Questionado sobre as mortes do coronavírus no país, no dia 20 de abril, presidente respondeu que “não é coveiro”. Ele também afirmou que escolas militares poderiam voltar a funcionar na próxima semana.

E daí?

Cerca de uma semana depois, no dia 28 de abril, o Brasil registrava recorde de mortes em 24 horas, com 474 registros, ultrapassando a China em número de óbitos. Questionado sobre o número, o presidente respondeu: 

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Quem é de esquerda toma Tubaína

Em live com o jornalista Magno Martins, em 20 de maio, o presidente mais uma vez debochou da pandemia que, na época, já matava mais de mil pessoas no país em 24 horas.

“O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina”, disse. “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma tubaína”, ironizou.

É o destino de todo mundo

Quando o país ultrapassava a marca dos 30 mil vítimas fatais da doença, Bolsonaro disse que a morte “é o destino de todo mundo”. O comentário foi feito no dia 2 de junho.

“A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”, disse o presidente, após uma apoiador pedir que ele enviasse uma mensagem de conforto para as famílias em luto.

País de maricas

No início de novembro, o presidente voltou a minimizar os efeitos da pandemia. Durante evento no Palácio do Planalto, ele disse que o Brasil “tem que deixar de ser um país de maricas”. Na época, a doença já havia matado mais de 162 mil pessoas no país.

Virar um jacaré

Em declaração mais recente, feita no dia 17 de dezembro, o presidente criticou as regras impostas pela farmacêutica Pfizer para a compra de doses do imunizante produzida por ela. Em seguida, ele disse que pessoas podem “virar jacaré” se tomarem a vacina.

“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você. Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver isso. O que é pior mexer no sistema imunológico das pessoas”, declarou o ex-capitão em discurso feito durante visita a Porto Seguro (BA).

Não dou bola para isso

No sábado (26), Bolsonaro voltou a minimizar a vacinação contra a Covid-19 durante entrevista dada à rede CNN Brasil. Além de culpar a Anvisa pela não aplicação de doses, o mandatário disse que não se importa com as campanhas de imunização que estão sendo realizadas no mundo.

“Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso. É razão, razoabilidade, responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo”, disse o presidente ao ser questionado por repórter da CNN se o início da vacinação em outros países estaria pressionando o governo a agir.