Por Odorico Carvalho, músico e jornalista As elites não gostam de universidades públicas e gratuitas. Basta ver que o Brasil foi um dos últimos países na América Latina a inaugurar sua primeira instituição de ensino superior, o que ocorreu na Bahia apenas em 1808, portanto mais de 300 anos após o “descobrimento”. É que os ricos e nobres mandavam seus filhos para a Europa, onde frequentavam as melhores universidades e voltavam prontos para reinar sobre a plebe rude e ignara brasileira. Durante o desastrado governo FHC, ele asfixiou as universidades e, por decreto, proibiu a construção de novos institutos federais. A ideia era privatizar o ensino superior, sistema em que só quem pode pagar estuda, modelo americano, que alija os pobres de qualquer possibilidade de ascensão social. Naquele período negro, infelizmente esquecido por tantos professores e servidores federais, as universidades chegaram a um estado falimentar e perderam dois terços de seus mestres e doutores. O país perdeu grande parte de sua inteligência, pesquisas e inovação. Quase todos migraram para as universidades privadas ou foram para o exterior. De 2003 a 2014, Lula e Dilma destravaram todas as portas que impediam nosso crescimento como nação. Foram construídas 18 novas universidades e instalados 173 campi em todo o país. Os institutos federais mais que dobraram com a construção e instalação de 360 unidades. O Piauí que, ao longo de séculos, acumulou apenas dois, hoje tem 20 campi beneficiando milhares de estudantes. Agora, Bolsonaro, o inimigo público número 1 da educação, volta à carga. E como bem disse Dilma: não sobrará pedra sobre pedra. Os ricos continuarão frequentando as melhores universidades daqui, farão seus MBAs, mestrados e doutorados no exterior e voltarão aqui para nos dizer que nós, os outros, continuaremos como clientela preferencial das senzalas
Um rápido percurso na história das universidades públicas brasileiras
Um rápido percurso na história das universidades públicas brasileiras
Foto: Google
universidades públicas