Um candidato a presidente e um caminhão de vices

Segundo o próprio Lula, ao menos 11 nomes foram colocados como candidatos a vice, nos últimos dias

Foto: Montagem pensarpiauí
Lula e prováveis vices

Se política é uma verdadeira “costura”, podemos dizer que o alinhamento do vestido da noiva segue bastante disputado, pelo menos no universo das especulações na mídia e redes sociais. Lula é a noiva da vez, e todo dia surge um nome novo para seu vice na possível chapa presidencial em 2022.

Segundo o próprio Lula, ao menos 11 nomes foram colocados nos últimos dias. “Acho que já são 11 pelas minhas contas. Fora os ministros da Economia, cada dia fico sabendo de mais um”, observou no Twitter. Até o papa Francisco já entrou na lista, que é seguida por Juliette (BBB), Pablo Vittar e outros.


"O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab quer disputar a eleição com candidato próprio, mas se não der… Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, é o nome do coração de Kassab. Se trocar o DEM pelo PSD, mas se não decolar, a vice de Lula lhe cairia bem”. Flávio Dino, uma das estrelas do PCdoB, aliado tradicional do PT, será candidato a senador, mas se precisar também dispõe-se a ser vice de Lula. 

A imprensa tem sido unânime em uma observação: uma aproximação da classe empresarial é uma tentativa do PT limpar a imagem de radicalismo que o partido acumulou desde 2018. Por isso, o ex-presidente Lula está se articulando com políticos mais de centro e até com parlamentares com posições antagônicas a do ex-presidente.

Segundo a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, é ventilada a possibilidade de o ex-governador de São Paulo, Márcio França, ser vice de Lula no ano que vem.

Antiga aliança?

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula pode reeditar, vinte anos depois, a antiga aliança entre trabalho e capital da chapa com o empresário mineiro José Alencar que venceu a eleição presidencial de 2002.

A mídia ventilou que o filho do ex-vice-presidente, que morreu em 2011, Josué Gomes tem sinalizado que, se convidado, aceitaria sair como vice na chapa do petista na disputa presidencial do próximo ano. “Isso tudo é especulação de uma chapa que tenta concorrer através de fake news”, retrucou Josué Gomes depois, reafirmando sua candidatura à presidente da FIESP.  

Nesse movimento, o PSB acredita em se fortalecer no maior estado do País e aposta num nome que não desagradaria à centro-esquerda que compõe as bases da própria legenda e, como imagem nacional, é uma face sem retoques do centro que o PT corteja. “Sim, está-se falando, neste circuito de bastidores, numa chapa Lula-Alckmin para a disputa presidencial. Um jogo, dizem seus articuladores, de ganha-ganha”, destaca reportagem contando que o tucano Alckmin migraria do PSDB para o PSB.

Assim, enquanto Lula sairia com tranquilidade pelo Nordeste para retomar as bases históricas que lhe garantiram suas duas vitórias presidenciais, teria na retaguarda no Sul e Sudeste, o sempre afável ex-governador (Alckmin) um interlocutor direto com a classe média e, também, com o empresariado, além de forte cabo eleitoral no interior do estado.

A análise feita pelo jornalista Marco Antônio Sabino é de que essas movimentações são uma tentativa de vencer Jair Bolsonaro (sem partido). “Isso porque a eleição do ano que vem será marcada não mais pelo lulismo ou bolsonarismo, mas sim pelo antilulismo e pelo antibolsonarismo”, afirma.