A Organização dos Estados Americanos (OEA), amplamente financiada pelos Estados Unidos, está prestes a concluir um relatório sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse documento pode ser usado como justificativa para uma nova ofensiva de Washington contra o Brasil e o governo do presidente Lula (PT), aprofundando a interferência norte-americana nos assuntos internos do país.
Caso a OEA aponte supostos abusos por parte do magistrado, Donald Trump, segundo informações do colunista Paulo Capelli, do Metrópoles, pode ampliar as sanções econômicas contra o Brasil. Isso incluiria novas restrições além da recente taxação sobre o aço brasileiro, numa clara tentativa de sufocar economicamente o país e impor sua influência política.
O histórico de Trump mostra que sua visão sobre soberania nacional é extremamente flexível quando lhe convém. O ex-presidente dos EUA chegou a propor a compra da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, sem qualquer consulta à população local. Não satisfeito, também cogitou a anexação do Canadá, sugerindo publicamente que o país vizinho poderia ser incorporado aos Estados Unidos. Como se não bastasse, Trump já defendeu mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América", ignorando completamente a identidade e a história dos países da região. Agora, essa mesma postura imperialista se reflete em sua tentativa de ditar os rumos da política brasileira.
Aliados próximos de Trump, como Elon Musk e Jason Miller, reforçam essa cruzada contra o Brasil. Musk, que constantemente ataca Moraes e o governo Lula, já pediu publicamente o impeachment do presidente brasileiro. Jason Miller, que foi detido por ordem de Moraes em 2021 no inquérito sobre atos antidemocráticos, mantém uma campanha permanente para deslegitimar as instituições brasileiras.
A OEA, cuja maior fonte de financiamento é o governo dos EUA — responsável por cerca de metade do orçamento da organização —, pode fornecer a justificativa necessária para que Trump endureça ainda mais sua postura contra o Brasil. O financiamento de US$ 50 milhões repassado à entidade em 2024 levanta dúvidas sobre a real imparcialidade desse relatório e sobre a influência norte-americana na política brasileira.
Além do jogo geopolítico, Trump parece ter motivações pessoais para sua ofensiva contra Lula. O ex-presidente norte-americano não teria perdoado as declarações do brasileiro à TV francesa, nas quais Lula afirmou que a volta de Trump ao poder representaria o "retorno do nazismo e do fascismo". Agora, com sua estratégia de sanções e ameaças, Trump busca impor sua visão de mundo ao Brasil da mesma forma que já tentou redesenhar o mapa global segundo seus interesses.
O Brasil, como nação soberana, enfrenta mais uma tentativa de intervenção externa. A história mostra que, para Trump e seus aliados, fronteiras e autonomia nacional são meros obstáculos diante de suas ambições expansionistas.