Trump mira STF: sanções podem atingir esposas de ministros

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos teria mapeado ministros cujas cônjuges exercem atividades relevantes no setor jurídico

O governo de Donald Trump prevê uma reação por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caso sejam implementadas sanções contra Alexandre de Moraes. Antecipando esse cenário, autoridades norte-americanas já avaliam medidas adicionais que podem atingir outros integrantes da Corte e seus familiares.

A Casa Branca estuda ampliar o escopo das punições, mirando especialmente as esposas de ministros que atuam em escritórios de advocacia. 

O objetivo das novas medidas seria aumentar o impacto financeiro das sanções, atingindo o patrimônio familiar dos magistrados. O governo Trump entende que os escritórios de advocacia comandados por esposas de ministros são uma das principais fontes de renda dessas famílias, o que justificaria a extensão das punições.

Escritórios de advocacia sob radar

Atualmente, quatro ministros do STF têm esposas diretamente ligadas a bancas jurídicas:

As sanções em estudo preveem a proibição de que empresas e cidadãos norte-americanos contratem os serviços desses escritórios. No entanto, a medida não alcançaria filhos dos ministros, sob o argumento de que seus bens não são legalmente compartilhados com os pais.

Reação do STF

Apesar da possibilidade de retaliações econômicas, ministros da ala majoritária do Supremo têm reforçado que não pretendem mudar sua conduta em resposta a pressões do governo Trump.

Medidas em avaliação

Na quarta-feira (21), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarou em audiência na Câmara dos Deputados dos EUA que a imposição de sanções a Alexandre de Moraes está “em análise” e representa uma “grande possibilidade”.

O motivo central seria o posicionamento do ministro sobre o controle de plataformas digitais, que, para aliados de Trump, configura um ataque à liberdade de expressão.

Entre as sanções cogitadas estão o veto à entrada de Moraes em território americano e o bloqueio de eventuais bens registrados nos EUA. Ainda assim, a Casa Branca e o Departamento de Estado tratam o assunto como sensível e de “alto risco”, mantendo a decisão sob avaliação.