O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve avançar nos próximos dias com mais uma etapa da reforma ministerial, e uma das mudanças em avaliação envolve a substituição no comando do Ministério das Mulheres. De acordo com apuração do jornal O Globo, a ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes, ligada ao PT e com histórico próximo ao presidente, é a principal cotada para assumir a pasta atualmente chefiada por Cida Gonçalves.
A expectativa inicial era de que o anúncio ocorresse antes do feriado do Dia do Trabalho, mas a decisão foi adiada. Nesta sexta-feira (2), Lula tem reunião agendada com Cida Gonçalves no Palácio do Planalto — encontro que pode selar a saída da ministra, cuja permanência já vinha sendo questionada desde o início do ano.
Márcia Lopes é assistente social e irmã do ex-ministro Gilberto Carvalho, nome de confiança de Lula. Atuou como secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social no segundo mandato do petista e assumiu o comando da pasta em 2010. Em 2012, concorreu à prefeitura de Londrina (PR), ficando em terceiro lugar. A possível nomeação de Márcia é interpretada como uma tentativa de fortalecer os laços do governo com a base social do PT e com movimentos ligados à pauta dos direitos das mulheres.
A reforma ministerial, no entanto, não deve se limitar ao Ministério das Mulheres. Outras mudanças seguem em avaliação. A Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Márcio Macêdo, pode ser reestruturada. Já a bancada do PSD na Câmara pressiona por mais espaço no governo e pleiteia um ministério de maior relevância política, demonstrando insatisfação com o atual controle do Ministério da Pesca, entregue a André de Paula.
Desde o início de 2025, o Palácio do Planalto já passou por mudanças em postos estratégicos. Na Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira. No Ministério da Saúde, Nísia Trindade saiu para a entrada de Alexandre Padilha, que deixou a Secretaria de Relações Institucionais, agora sob responsabilidade da deputada Gleisi Hoffmann.