Tragédia de Mariana: Julgamento histórico tem início no Reino Unido

Previsão é que apreciação se estenda até 5 de março de 2025

A tragédia de Mariana, um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil, ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (21). Em um julgamento histórico, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, uma das responsáveis pela ruptura da barragem de Fundão em 2015, está sendo processada na Corte de Tecnologia e Construção de Londres. A expectativa é que o processo se estenda até março de 2025.

O rompimento da barragem, que pertencia à Samarco – joint venture entre a BHP e a Vale –, causou um imenso derramamento de rejeitos minerais, devastando a região e causando danos irreparáveis ao meio ambiente e às comunidades locais. Milhares de pessoas foram afetadas, perdendo suas casas, meios de subsistência e, em alguns casos, até a vida.

O processo na Justiça britânica representa uma esperança para as vítimas e para aqueles que lutam por justiça e reparação pelos danos causados. O escritório de advocacia Pogust Goodhead representa mais de 600 mil pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas que foram atingidas pela tragédia. A expectativa é que o julgamento estabeleça responsabilidades e determine as indenizações a serem pagas pelos envolvidos.

As audiências do julgamento começam com as declarações iniciais dos advogados de ambas as partes. A primeira fase das audiências deve durar quatro dias. A mineradora BHP classifica o rompimento da barragem como “uma tragédia” e afirmou que sua “profunda solidariedade permanece com as famílias e comunidades atingidas”. A brasileira Vale, outra sócia da Samarco, não é ré no processo que corre na Justiça britânica